ATA DA OCTOGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 08-10-2007.

 


Aos oito dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos Vereadores Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti e Sebastião Melo. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, José Ismael Heinen, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providência nos 4337 a 4341, 4362 a 4366 e 4401/07; pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/07 (Processo nº 4808/07), o Projeto de Lei do Legislativo nº 108/06 (Processo nº 2836/06) e os Pedidos de Providência nos 4397 a 4400/07; pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 204/07 (Processo nº 6870/07); pelo Vereador Ervino Besson, o Pedido de Providência nº 4361/07; pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providência nos 4368 a 4395/07; pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Lei do Legislativo nos 215, 218 e 220/07 (Processos nos 7106, 7109 e 7111/07, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 208, 228, 230, 231 e 233/07 (Processos nos 7015, 7200, 7261, 7262 e 7335/07, respectivamente); pelo Vereador José Ismael Heinen, o Pedido de Providência nº 4367/07; pela Vereadora Margarete Moraes, o Projeto de Lei do Legislativo nº 202/07 (Processo nº 6804/07), o Projeto de Resolução nº 100/06 (Processo nº 5858/06) e o Pedido de Providência nº 4396/07; pela Vereadora Maria Luiza, a Indicação nº 141/07 (Processo nº 7700/07) e os Pedidos de Providência nos 4342 a 4360 e 4402 a 4423/07. Na ocasião, foram apregoados os Ofícios nos 636/07, do Senhor José Fogaça, Prefeito Municipal de Porto Alegre, e 1285/07, do Senhor Eliseu Santos, Prefeito Municipal em exercício, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 014 e 019/07 (Processos nos 4411 e 7780/07, respectivamente). Também, foram apregoadas as seguintes Emendas: de nº 01, de autoria do Vereador José Ismael Heinen, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 226/06 (Processo nº 5303/06); e de nº 01, proposta pela Vereadora Maria Celeste e assinada pelo Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Resolução nº 060/07 (Processo nº 3832/07). Ainda, foram apregoados os Memorandos nos 346, 348 e 352/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas, respectivamente: da Vereadora Sofia Cavedon, no dia dezessete de outubro do corrente, no Fórum Municipal em Defesa da Escola Pública, Gratuita e Universal de Qualidade de Araucária, às dezenove horas, no Salão Paroquial da Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios, no Município de Araucária – PR –; dos Vereadores Adeli Sell e Luiz Braz, hoje, em reunião de Deputados Federais dos Estados da Região Sul relativa à obtenção de recursos para a construção da primeira fase do metrô de integração metropolitana de Porto Alegre, às quatorze horas, no Município de Florianópolis – SC –; do Vereador Ervino Besson, hoje, na solenidade de apresentação de novos atrativos turísticos dos Caminhos Rurais de Porto Alegre, às quatorze horas e trinta minutos, no Salão Nobre do Paço Municipal, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 4139, 4577, 5715, 6961, 7209 e 10826/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Em prosseguimento, por solicitação dos Vereadores Claudio Sebenelo e Haroldo de Souza, foi realizado um minuto de silêncio, em homenagem póstuma ao Senhor Amir Macedo Domingues, Jornalista, falecido no dia de hoje. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Joaquim Proença Singaud, Conselheiro da Temática de Saúde e Assistência Social do Programa de Orçamento Participativo, que propugnou por esforços dos Senhores Vereadores, no sentido de serem buscadas melhorias nas áreas de saúde e assistência social em Porto Alegre. Em relação ao assunto, chamou a atenção para a necessidade de que políticas de assistência social sejam distinguidas de ações assistencialistas, frisando a relevância da preservação da dignidade da população para o desenvolvimento social da Cidade. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Claudio Sebenelo, Sofia Cavedon, João Antonio Dib, Maristela Maffei, Márcio Bins Ely, José Ismael Heinen, Dr. Goulart e Clênia Maranhão manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Na oportunidade, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, do Deputado Estadual Raul Carrion. Às quatorze horas e cinqüenta e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e oito minutos, constatada a existência de quórum. Após, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela Vereadora Maristela Maffei, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, sendo iniciado o período de COMUNICAÇÕES, destinado a assinalar o transcurso, amanhã, do quadragésimo aniversário da morte de Che Guevara, nos termos do Requerimento nº 106/07 (Processo nº 6344/07) de autoria da Vereadora Maristela Maffei. Compuseram a Mesa: a Vereadora Maristela Meneghetti, 1ª Vice-Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, e o Deputado Estadual Raul Carrion, representando a Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Maffei, saudando a presença, neste Plenário, de representantes de entidades socialistas, enfocou a relevância de Ernesto Che Guevara na história da América Latina. Nesse contexto, relatou a vida e as conquistas obtidas por Che Guevara ao longo de sua trajetória, asseverando que ele se imortalizou pela busca incessante da liberdade e da igualdade para os povos latino-americanos. A Vereadora Maristela Maffei, em tempo cedido pela Vereadora Maria Luiza, dando continuidade a seu pronunciamento em homenagem a Che Guevara, relatou os laços existentes entre esse líder político e o Partido Comunista do Brasil. Ainda, mencionou que o livro escrito por ele foi censurado no Brasil e referiu-se à influência de Che Guevara na crise entre Estados Unidos, Cuba e União Soviética, no ano de mil novecentos e sessenta e dois. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, prosseguindo seu discurso acerca da importância política de Ernesto Che Guevara, rechaçou a matéria publicada sobre ele pela revista Veja, em sua edição do dia três de outubro do corrente. Além disso, afirmou que Che Guevara semeou o socialismo e o comunismo nos povos latino-americanos e procedeu à leitura de poema escrito por ele em seu diário, no período em que esteve na Bolívia. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Guilherme Barbosa homenageou a memória de Che Guevara, salientando que ele foi um ícone da luta pela justiça e pela igualdade. Sobre o tema, leu o artigo intitulado “Che Guevara”, do Jornalista Flávio Tavares, publicado na edição de ontem do jornal Zero Hora e citou trechos de reportagem veiculada há dez anos pela revista Veja, sustentando que o enfoque dado pela revista à figura de Che Guevara era diferente do apresentado na edição do dia três de outubro do corrente. Às quinze horas e vinte e sete minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, foi apregoado documento de autoria do Vereador Almerindo Filho, informando seu desligamento do Partido Social Liberal e sua filiação ao Partido Trabalhista Brasileiro, ambos no dia quatro de outubro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Ismael Heinen posicionou-se contrariamente às políticas tributárias desenvolvidas pelos Governos Estadual e Federal, reiterando que o Democratas defende a diminuição dos impostos como forma de fortalecer a economia. Nesse sentido, exclamou que a carga tributária brasileira, por ser demasiado grande, diminui o número de postos de trabalho, estimula a informalidade e impede o crescimento das micro e pequenas empresas. O Vereador Marcelo Danéris rechaçou a filiação do Prefeito José Fogaça ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro, opinando que essa troca de legenda é um desrespeito à Cidade e configura a inexistência de compromisso programático e ideológico desse político. Em relação ao fato, referiu-se a declarações de integrantes do Partido Popular Socialista sobre o Senhor José Fogaça e frisou que decisão do Supremo Tribunal Federal pode impor-lhe a perda do mandato. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Bernardino Vendruscolo, replicando críticas ao Governo do Prefeito José Fogaça, afirmou que a falta de recursos para investimentos na Cidade foi herdada de gestões municipais anteriores e que a Prefeitura está se reestruturando financeiramente para retomar as obras públicas. Também, defendeu a decisão do Prefeito José Fogaça ao trocar de Partido Político, lembrando afirmações contraditórias do Senhor Tarso Genro, no ano de dois mil, quanto à possibilidade de sua candidatura ao Governo Estadual. O Vereador João Carlos Nedel, lembrando ser hoje o Dia Nacional pelo Direito à Vida e o Dia do Nascituro, opinou contrariamente à legalização do aborto. Sobre o tema, analisou o Código Civil Brasileiro, alegando que essa legislação protege o nascituro desde a concepção e sustentando que essa questão deve ser tratada principalmente sob o ponto de vista da ética e da moral. Finalizando, considerou falaciosos os argumentos dos defensores do aborto e propugnou por políticas mais consistentes em termos de educação e planejamento familiar no Brasil. O Vereador Claudio Sebenelo comentou notícia publicada no jornal Zero Hora de hoje, acerca do apoio dado por instituições religiosas aos candidatos eleitos para o Conselho Tutelar de Porto Alegre, declarando que essa vinculação irá se refletir nas próximas eleições. Nesse contexto, conclamou este Legislativo a apoiar Projeto de Lei de autoria de Sua Excelência, que obriga à realização de concurso público para o Cargo de Conselheiro Tutelar. O Vereador Márcio Bins Ely frisou a importância de políticas públicas direcionadas a portadores de deficiência, informando que a Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social está providenciando a publicação de guia da legislação vigente no que se refere aos direitos e garantias desse grupo da população. Ainda, solicitou a edição eletrônica desse guia e apoiou proposta da União das Associações de Moradores de Porto Alegre – UAMPA –, de organização de ciclo de debates sobre o tema. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Dr. Goulart, saudando o ingresso do Vereador Almerindo Filho na Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro neste Legislativo, enfatizou o crescimento do PTB em Porto Alegre, com a criação de núcleos partidários em bairros da Cidade e a popularização das idéias do trabalhismo em vários segmentos da sociedade, e discorreu sobre a importância da trajetória política dos integrantes do Partido Trabalhista Brasileiro nesta Casa. A Vereadora Clênia Maranhão discorreu acerca das eleições para Conselheiro Tutelar, ocorridas no dia trinta e um de setembro do corrente em Porto Alegre, asseverando que esse pleito vem sendo constantemente aprimorado e lembrando ser o Município pioneiro na aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente. Igualmente, comentou o Projeto de Lei do Legislativo nº 104/07, de autoria do Vereador Claudio Sebenelo, que propõe mudanças no processo de escolha desses Conselheiros. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Maristela Meneghetti abordou o Projeto de Lei do Legislativo nº 189/06, de sua autoria, que aumenta o número de licenças para o exercício do comércio ambulante em veículos ou bancas padronizados para o conserto de fechaduras, serralharia de chaves e despachantes ambulantes. Nesse sentido, contestou pronunciamentos relativos ao seu Projeto, realizados pelos Vereadores João Antonio Dib e João Carlos Nedel na Sessão Ordinária do dia quatro de outubro do corrente. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Carlos Todeschini analisou propostas de aumento de impostos, encaminhadas pela Governadora Yeda Crusius à Assembléia Legislativa do Estado, declarando que essas medidas contrariam o programa defendido pelo PSDB durante a campanha eleitoral do ano de dois mil e seis. Também, criticou mudança de Partido Político, efetuada pelo Prefeito José Fogaça, lendo trechos de matéria atinente ao assunto, publicada no jornal Zero Hora no dia cinco deste mês. A Vereadora Maria Luiza examinou o processo de eleição dos Conselheiros Tutelares de Porto Alegre, destacando a importância do trabalho desses Conselheiros na defesa de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Além disso, manifestou-se quanto aos Projetos de Lei do Legislativo, de sua autoria, de nos 055/07, que institui o serviço de cremação de cadáveres em cemitérios públicos, e 150/07, que cria o Cadastro Único de Organizações Não-Governamentais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Margarete Moraes reportou-se a problemas na Televisão Educativa do Estado, em decorrência da redução do orçamento estadual na área da cultura. Ainda, questionou a troca de Partido Político realizada pelo Prefeito José Fogaça e, finalizando, convidou todos para participarem de palestra e apresentação musical em homenagem a Che Guevara, que se realizará hoje na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 195, 205, 211, 187/07, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes, 203/07, discutido pelo Vereador José Ismael Heinen; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 161, 173, 201, 183/07, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes, e 157/07, discutido pelos Vereadores José Ismael Heinen, João Antonio Dib e Carlos Comassetto, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 198/06; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/07, discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Carlos Todeschini, os Projetos de Lei do Legislativo nos 196, 199, 200, 055/07, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib, e 150/07, discutido pela Vereadora Margarete Moraes; em 5ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/07. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen analisou criticamente a liberação de recursos do Programa de Aceleração do Crescimento, justificando que o próprio Governo Federal sofre com a burocracia para ter acesso a verbas desse Programa. Ainda, protestou contra a anistia e indenização concedidas ao ex-militar Carlos Lamarca, opinando que essa decisão é injusta e que os valores concedidos para esse fim farão falta para investimentos públicos em prol de todos os brasileiros. O Vereador Mario Fraga elogiou o trabalho da Secretária Ângela Baldino, mencionando solenidade promovida hoje pela Prefeitura Municipal, para lançamento dos novos empreendimentos que integram o roteiro turístico “Caminhos Rurais de Porto Alegre”, proposta que envolve parcerias com quarenta e uma comunidades da região do Extremo-Sul do Município. Ainda, manifestou-se acerca das eleições para os Conselhos Tutelares ocorridas no dia trinta e um de setembro na Cidade. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora Maria Celeste, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, nos termos estabelecidos em reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes. Após, a Vereadora Clênia Maranhão formulou Requerimento verbal, solicitando a suspensão dos trabalhos da presente Sessão. Às dezessete horas e trinta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezessete horas e quarenta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em Votação, foi rejeitada a Emenda nº 05, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 017/07, por oito votos SIM e dezessete votos NÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Mario Fraga, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris e as Vereadoras Margarete Moraes, Maria Celeste e Sofia Cavedon e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa e Nilo Santos. Durante a apreciação da Emenda nº 05, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 017/07, a Vereadora Maria Celeste afastou-se da presidência dos trabalhos, nos termos do artigo 22 do Regimento. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 070/07, por vinte e seis votos SIM, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Raul, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Em Votação, foi aprovado o Requerimento nº 124/07, por vinte e três votos SIM, em votação nominal solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos e Sebastião Melo. Na oportunidade, o Vereador Ervino Besson registrou sua intenção de votar favoravelmente ao Requerimento nº 124/07. A seguir, por solicitação da Vereadora Sofia Cavedon, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a existência do mesmo. Em prosseguimento, a Senhora Presidenta prestou esclarecimentos acerca da lista de presença relativa à verificação de quórum solicitada pela Vereadora Sofia Cavedon, tendo se manifestado a respeito o Vereador João Antonio Dib. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 016/07, o qual, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Elói Guimarães e João Antonio Dib, teve sua apreciação suspensa, em face da inexistência de quórum. A seguir, o Vereador Aldacir Oliboni solicitou verificação de quórum, tendo o Vereador João Antonio Dib formulado Requerimento verbal, solicitando a leitura da nominata dos Vereadores presentes à Sessão nesse momento e tendo a Senhora Presidenta prestado esclarecimentos sobre o assunto. Às dezoito horas e quinze minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Aldacir Oliboni, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maria Celeste e Maristela Meneghetti e pelo Vereador Elói Guimarães, este nos termos do artigo 27, parágrafo único, do Regimento, e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO (Requerimento): Srª Presidenta, o Ver. Haroldo de Souza e este Vereador solicitam um minuto de silêncio à Casa pelo falecimento de Amir Domingues, um dos grandes jornalistas do Rio Grande do Sul, que marcou época com o jornal Folha da Tarde como um extraordinário repórter, como um grande entrevistador na Rádio Guaíba e com um estilo pessoal, inconfundível, marcando a radiofonia no Rio Grande do Sul e o seu tempo de jornal Folha da Tarde. A sociedade perde com o seu passamento; perde o Rio Grande do Sul um dos maiores jornalistas desta época. Muito obrigado, Srª Presidenta.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Joaquim Proença Singaud, Conselheiro da Temática de Saúde e Assistência Social do Orçamento Participativo, está com a palavra para tratar de assunto relativo à Política de Assistência Social, implantação e implementação de ações para a Cidade de Porto Alegre, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. JOAQUIM PROENÇA SINGAUD: Boa-tarde a todas e a todos os presentes; cumprimento a Mesa e os demais Vereadores; destaco a presença do Conselho Municipal de Assistência Social, o Instituto Amigos de Lucas, e também da Dona Lucia Padilha, que é uma referência no Orçamento Participativo da cidade de Porto Alegre.

A temática da Saúde e Assistência Social ocupa esta tribuna para conclamar os senhores representantes dos cidadãos de Porto Alegre, os Srs. Vereadores e Vereadoras, pela importância de se fortalecer as políticas públicas da Saúde e Assistência Social. Em recente análise da Matriz Orçamentária da cidade de Porto Alegre, observamos recursos muito insignificantes para essas duas políticas públicas que são dois pilares fundamentais para a formatação de uma sociedade mais justa e digna para os cidadãos de Porto Alegre. Com esse intuito, vimos aqui hoje trazer a necessidade de esta Casa, juntamente com a Prefeitura, ver a possibilidade de realocar, fortalecer recursos financeiros, para que possamos, então, implementar e implantar as demandas que surgem na Temática da Saúde e Assistência Social do Orçamento Participativo desta Cidade. É importante colocar que, dentro dessa proposta que a Temática vem aqui trazer, com um olhar da política macro de nossa Cidade, ela vem para somar e multiplicar, pois temos visto uma grande demanda reprimida nas ações dessas duas políticas públicas, tanto na questão da criança e do adolescente, como na questão dos programas de família, na questão dos postos de saúde, e em diversas ações que são responsabilidades dessas políticas.

Os nossos movimentos sociais são característica de Porto Alegre; é como movimento social, é como cidadão de Porto Alegre que a nossa Temática tem o dever e o direito de ocupar esta tribuna para solicitar, conclamar que todos os senhores e senhoras aqui presentes, juntos, criemos uma rede de fortalecimento desses dois pilares da sociedade, para que possamos garantir uma saúde mais digna para o cidadão de Porto Alegre e uma Assistência Social que venha a ser uma ação forte, digna, com recursos materiais, humanos e financeiros que venham a tratar a política pública de Porto Alegre com o respeito que todos nós merecemos. Por esse motivo é fundamental que analisemos com muita cautela a Matriz Orçamentária desta Cidade, para vermos as possibilidades de realocação de recursos das demais Secretarias, para que possamos, então, fortalecer - e eu friso muito esta palavra: o fortalecimento - recursos para políticas dignas para Porto Alegre.

Nossa Cidade não aceita a linha do assistencialismo. Nós somos uma Cidade politizada, que tem na sua característica a construção e a participação da sociedade com todo o fortalecimento das políticas públicas de Porto Alegre. E hoje aqui a Temática vem trazendo essa demanda para esta Casa, para que possamos contar com todos os senhores numa rede de solidariedade pela qualidade de vida de uma Cidade que é referência nacional e internacional na participação popular, pois temos muita clareza na Temática da Saúde e Assistência Social de que só podemos governar uma cidade com a participação da sociedade. Isso é o que chamamos de gestão compartilhada, e, através desse conceito de gestão compartilhada é que estamos aqui, hoje, ocupando esta tribuna, trazendo as nossas demandas, primeiramente como cidadãos desta Cidade; segundo, com a responsabilidade que temos como Conselheiros da Temática da Saúde e Assistência Social de trazer dignidade e respeito às nossas comunidades. Sabemos que para isso necessitamos dos recursos e de recursos financeiros para que possamos criar políticas dignas, ou seja, Porto Alegre não quer política pobre para pobre; Porto Alegre quer política pública com dignidade, com respeito, conforme preconiza o Sistema Único de Assistência Social, conforme preconiza a história dos movimentos sociais de Porto Alegre.

Fecho essa minha participação, dizendo, além de solicitar a parceria de vocês, que nenhuma Cidade, Estado ou país é digno quando a sua população não tem políticas que respeitem a consolidação e a dignidade da vida humana. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Sr. Joaquim. Eu convido V. Sª a integrar a Mesa.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Sr. Joaquim Proença Singaud, queríamos agradecer a sua presença aqui como a tradução da importância desta Casa não só nas questões orçamentárias, mas também nas iniciativas do Poder Público em promover a saúde, compartilhada ou não. Algumas necessidades da área da Saúde, algumas necessidades da área da Assistência Social, muitas vezes dispensam o compartilhamento pela sua urgência, pela sua importância e até pela sua obviedade. Muitas vezes precisamos do compartilhamento com a população para saber, para dirimir dúvidas e também para que os Vereadores possam aprender com a população, e mais do que aprender, seguir a sua orientação como uma vontade da sociedade, como uma vontade da política, como uma vontade do coletivo. Agora nós já temos uma estrutura de Saúde no Município que ultrapassa, e muito, os percentuais estabelecidos na Lei para aplicação; hoje ultrapassamos 23% do Orçamento para a área da Saúde, que é um Orçamento de quase 400 milhões. Não é pouco, dentro, evidentemente, do Orçamento da Saúde. Da mesma forma, mesmo que a Assistência Social dê num item bem mais abaixo, bem menos importante, do ponto de vista pecuniário, do que deveria ser, nós vemos também o desenvolvimento de ações sociais importantes, especialmente em áreas indefesas como a da criança, do idoso e até dos animais. Essas questões trazidas, com muita felicidade, pelo Dr. Joaquim fazem desta reunião um tema importantíssimo para o debate, e nós estamos conscientes, como Vereadores, da nossa responsabilidade e da magnificência do problema e do desafio que é governar uma Cidade onde durante muito tempo se correu atrás do vermelho.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu gostaria de, em nome de toda a Bancada, cumprimentar a Temática de Saúde e Assistência, na pessoa do militante do movimento social, Sr. Joaquim, eterno e incansável lutador por políticas públicas de qualidade nas áreas sociais, não só na área de Assistência, na área da Criança e do Adolescente, da Educação, e agora da Saúde, mais especificamente.

Eu acho que a vinda de vocês, Joaquim, é providencial, porque são dois temas que hoje na Cidade estão muito preocupantes, vivendo um momento extremamente delicado e grave.

Na Saúde, a crise do PSF não terminou. Notícias que me chegaram hoje, fora os problemas que ainda permanecem com a contratação da Sollus, é de que os nossos trabalhadores da Saúde, especialmente os Agentes Comunitários da Saúde, ainda não receberam. E nós alertávamos o Governo de que ele estava trocando uma instituição séria, que antecipava recursos, por outra que talvez não tivesse caixa para garantir tranqüilidade e respeito aos trabalhadores.

No PSF há um Termo de Ajuste que o Governo Municipal não encaminhou ainda; há a criação de cargos; vamos fazer este debate hoje à tarde.

Na Assistência Social, a situação de rua, na nossa avaliação, é agravada, mesmo com o novo Programa Ação Rua; a retaguarda para que esse Programa tenha efetividade em nada se ampliou. A crise do AMIB é aviltante. O AMIB hoje perdeu todos os seus jovens, porque não é o lugar de vida e de reconstrução de vida, é um lugar, infelizmente, em que se prejudicam mais os adolescentes.

Então, a situação é séria. Eu trouxe esses dois exemplos; e o que tu trazes aqui em relação ao orçamento e em relação à enorme demanda que esta Cidade tem é muito pertinente. Podes contar com a Bancada do Partido dos Trabalhadores para militar pelo fortalecimento das políticas e do orçamento que dão suporte a essas questões nessas áreas tão importantes.

Parabéns, Joaquim; parabéns ao Conselho do Orçamento Participativo; à Temática da Assistência de Saúde, que resiste e faz ali a vontade e o protagonismo da população.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Registro a presença do Deputado Estadual Raul Carrion, do PCdoB, ex-Vereador desta Casa. Seja muito bem-vindo, Deputado.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; meu caro Dr. Joaquim Proença Singaud; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, diz a Constituição que a saúde é direito de todos e é dever do Estado - o Estado, no caso, é a União. O Estado, União; o Estado, Estado, e o Município também -, só que, com a criação do SUS, nós deveríamos receber recursos suficientes para que houvesse o atendimento pleno da Saúde na nossa Cidade. Eu tenho dados oficiais de que, em 2002, a Prefeitura recebeu para o SUS o valor de 307 milhões de reais. E até hoje, 2007, apenas neste ano, vamos superar os 307 milhões recebidos em 2002. Mas, na realidade, vão ficar faltando 40 milhões dentro da previsão orçamentária da Prefeitura.

A CPMF está aí, comprando consciências, fazendo com que o Congresso Nacional seja cada vez mais degradado, desprezado pela população brasileira, e o dinheiro da CPMF não virá para a Saúde. O Município, sim, faz a sua parte, aplicando o que, condicionalmente, é determinado. Mas a União, que é o Estado num todo, esta não está fazendo a sua parte; cada vez está mandando menos. O ano de 2007 vai superar um pouquinho o de 2002. Mas em todos os anos, entre 2002 e 2007, os valores estiveram abaixo daquela receita que a Prefeitura teve, do SUS, de 307 milhões.

Portanto, eu espero que as coisas melhorem, que a Saúde seja realmente dever do Estado, e que o Estado cumpra com o seu dever. Aliás, se todo o mundo cumprisse com o seu dever, ninguém precisaria reclamar os seus direitos, porque esses estariam assegurados. Saúde e PAZ! Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Gostaria de cumprimentar a nossa Presidenta, cumprimentar o Joaquim; é sempre uma alegria recebê-lo, assim como todas as pessoas que são “insistentes” sociais nesta Casa. Sabemos da sua seriedade, e respeitamos esse protagonismo, até porque também estamos imbuídos dele. Quero te dizer, Joaquim, que a questão da política da Cidade não é apenas para aquelas pessoas... assim como faz o ECA, que são aquelas que estão realmente à margem, mas, em especial, essas políticas são inclusivas. Nós sabemos que também a fome, a miséria, a destruição, os abusos não dormem, eles acontecem no nosso cotidiano. E nós temos que repensar, Joaquim, tanto na Temática como no OP, de que forma nós temos que gerir esses investimentos públicos, porque é tão pouco o que vem para o OP e para as Temáticas perto do que deveria vir, em relação às questões da Assistência Social, é uma vergonha. E, de fato, nós não podemos mais ficar omissos com relação a essa situação e tratarmos da questão da Assistência como assistencialismo; no protagonismo daquilo que nós dissemos que “o futuro tem que ser hoje”. Na prática, tudo isso fica aquém da ação desejada. Então, Joaquim, de fato, não nos parece saudável que as próximas Administrações, os próximos Orçamentos estejam agregados às Temáticas e ao OP do jeito que estão, em especial nessa área. Isso não significa uma ruptura com o OP, ao contrário, temos que reforçá-lo cada vez mais, mas nós não podemos mais ter esse mesmo olhar, porque o que vem acontecendo é muito perigoso para a formação dos nossos filhos que foram excluídos de todo um aparato de instrumentos para que, de fato, fossem cidadãos e cidadãs da nossa Cidade e da nossa vida. Muito obrigada, e parabéns, mais uma vez.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Srª Presidente, Maristela Meneghetti; Sr. Joaquim Proença Singaud, Conselheiro da Temática de Saúde e Assistência Social do Orçamento Participativo, que traz hoje aqui, na Tribuna Popular, o assunto Política de Assistência Social, implantação e implementação de ações para a Cidade de Porto Alegre; gostaria de saudá-lo, Sr. Joaquim, em nome da Bancada do PTD, composta nesta Casa pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Mario Fraga e este Vereador. Quero dizer que este Vereador faz parte da Comissão de Saúde desta Casa. Atentamente escutei a intervenção de V. Sa.; tenho certeza de que nós precisamos, sim, dar prioridade à questão da Saúde na nossa Capital. Vamos envidar todos os esforços no sentido de que se concretize e se coordene um grande esforço para que se possa suplementar e implementar as ações e os recursos necessários para termos uma Saúde de qualidade na nossa Capital. E quero dizer que, realmente, as políticas públicas que dizem respeito à Saúde são de grande relevância, porque também dizem respeito, sim, à qualidade de vida da comunidade porto-alegrense.

Quero cumprimentar V. Sª pelo trabalho que desenvolve no Orçamento Participativo, que, aliás, é uma conquista da Cidade, já é uma ferramenta que está assimilada aos grandes movimentos da nossa comunidade, aos clubes de serviço, às associações de moradores, às associações de bairros. O nosso Partido se soma a esse trabalho e realmente entendemos, como o senhor entende, que a Saúde é uma questão fundamental e de grande relevância. Aceite os nossos cumprimentos e conte com a Bancada do PDT. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Quero cumprimentar V. Exª, Verª Maristela Meneghetti, Presidenta da nossa Sessão hoje, e, de modo muito especial, o Sr. Joaquim Proença Singaud, Conselheiro da Temática da Saúde e Assistência Social do Orçamento Participativo. Quero, inicialmente, Sr. Joaquim, parabenizá-lo por essa confiança, por essa esperança, essa demonstração de que a Temática da Saúde e Assistência Social do nosso Município possa chegar a um final feliz. Isso me lembra muito o nosso ex-Ministro Adib Jatene, que sonhava erradicar a desassistência da Saúde que nós temos hoje.

Vendo hoje a necessidade de termos uma verdadeira política social, e, principalmente quanto à Saúde, num momento crucial do nosso País em que se debate, lá em Brasília, Joaquim, a manutenção da CPMF, onde se vê Prefeitos e Governadores deste País não-mobilizados para trazer os recursos necessários da CPMF para a Saúde e Assistência Social. Quer dizer, a CPMF está para ser prorrogada, mas diminuída para a Saúde, tendo mais 20% de desvinculação de recursos da União. Não há de ser nada; agora nós temos que começar a desenhar uma verdadeira política de Saúde e de Assistência Social em nosso Município, e nós temos que contar com gente que ainda acredita que isso possa ser feito.

Parabenizo V. Sª e coloco o Partido Democratas à sua disposição. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. GOULART: Srª Presidenta dos trabalhos, Verª Maristela Meneghetti, eu queria saudar a visita do nosso Conselheiro, Sr. Joaquim, e dizer que sempre que a gente usa um espaço de audiência pública para falar em Assistência Social e Saúde não estamos fazendo demais; ainda estamos fazendo pouco. Imaginemos que as teorias existem. Até a Constituição diz que saúde é um direito do povo e uma obrigação do Governo, mas não diz o que vem depois: “virgula, mediante políticas públicas bem definidas”. E a isso ninguém obedece. Todo mundo fala que é obrigação, que é dever, que o povo tem direito, mas não diz baseado em que políticas públicas isso acontece. A Assistência Social no Brasil ainda não é uma coisa cultural para os governos. Quantas vezes nós, médicos, temos que, além de fazer o diagnóstico, de indicar a terapêutica, de pedir os exames, procurar onde se faz o exame, procurar uma ficha de ônibus para o doente poder voltar para sua cidade ou voltar para fazer exame. Falta muito ainda para a Assistência Social acontecer no serviço público do Brasil. Não dão importância, mas precisam dar!

E agora, meus queridos, como vamos tocar para frente a Saúde pública, uma vez que a Emenda Constitucional já foi aprovada há alguns anos e nenhum governo, em nenhum momento, a regulamenta, explicando qual o dinheiro da Saúde para que não tirem no meio do caminho o direito para outros programas, que são importantes, mas não representam absolutamente nada à Saúde? E é lógico que aqui, o nosso Orçamento, vai se espelhar de maneira minúscula a essa maneira como os governos tratam da Saúde e da Assistência Social. O PTB passa a lutar abertamente, agora, pela Saúde no Brasil e também pela Assistência Social no Brasil!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria saudar o Joaquim Proença, que apresenta questionamentos, demonstrando o seu acompanhamento à Temática da Saúde e da Assistência Social; queria saudar os militantes das causas sociais que acompanham os nossos trabalhos na tarde de hoje e dizer que é muito importante nós revivermos na nossa memória, através da intervenção do Joaquim, toda a participação que a sociedade porto-alegrense teve nas reuniões do OP, nas reuniões temáticas do OP e, fundamentalmente, da que trata de uma questão tão importante como é essa que envolve a problemática da Saúde e da Assistência.

Queria lembrar que a questão da infância, na proposta orçamentária de Porto Alegre, é um dos 21 eixos estratégicos enviados a esta Casa no Plano Plurianual, na LDO e, depois, no Orçamento da Cidade. Evidentemente que a crise social que o nosso País vive, conseqüentemente a nossa Cidade, o nosso Estado, sempre nos mostra um déficit muito grande, uma dívida social muito grande. Acho que a priorização de um eixo temático como esse nos projetos orçamentários demonstra uma centralidade da preocupação do Executivo, o que pode também ser demonstrado através das 850 novas vagas de turno integral nas escolas, e também por todo um trabalho feito na defesa dos direitos da infância e da adolescência, com a escola aberta, com os espaços que permitem as atividades lúdicas das crianças nas nossas instituições públicas que envolvem as ações de defesa infantil em Porto Alegre. Queria parabenizar o Joaquim, mais uma vez, lutador histórico da nossa Cidade nas causas da infância e da juventude.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Gostaria de agradecer a presença do Sr. Joaquim Proença Singaud, Conselheiro do Orçamento Participativo, que hoje ocupou a Tribuna Popular desta Casa, tratando da implantação e implementação de ações para a cidade de Porto Alegre no que tange à política de Assistência Social. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h57min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti – às 14h58min): Estão reabertos os trabalhos.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para um Requerimento.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Srª Presidenta, solicito a inversão da ordem dos trabalhos, considerando que já está presente o Deputado Estadual Raul Carrion, representando a Assembléia Legislativa do nosso Estado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o Requerimento de autoria da Verª Maristela Maffei. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 40º aniversário da morte de Che Guevara, nos termos do Requerimento nº 106/07, de autoria da Verª Maristela Maffei. Convidamos para compor a Mesa o Exmo Deputado Raul Carrion, representando a presidência da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul.

A Verª Maristela Maffei, proponente desta homenagem, está com a palavra; logo após, ela falará em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Luiza.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sr. Raul Carrion, camarada Raul, Deputado Estadual; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, peço licença, Srª Presidenta, para que, neste momento, nós possamos iniciar esta homenagem na Câmara de Vereadores, lembrando a morte desse camarada que vive entre nós, nas trincheiras, na luta pela liberdade. Neste momento, eu gostaria que, ao invés de ficarmos tristes, nós ficássemos alegres, e que nós o recebêssemos com uma forte salva de palmas. (Palmas.)

Tomada de grande emoção, senhoras e senhores, inicio a minha fala, neste período de Comunicações, com muito orgulho de estar fazendo uso desta tribuna na condição de Vereadora, ser socialista e hoje estar nas trincheiras do Partido Comunista. Quero registrar a presença, aqui, do Edson Puchalski, Presidente Estadual da UJS; da Cora Chiappetta, Coordenadora da União Brasileira de Mulheres; do Mateus Fiorentini, Vice-Presidente da UNE do Rio Grande do Sul; do Maurício dos Santos, representando a Deputada Federal Manuela d’Ávila; da Rose Dias, representando a Associação Santa Helena da Lomba do Pinheiro; do Paulo Roberto Riveira, Presidente Municipal do PCdoB; do Pedro Dias, representante aqui da UAMPA; da Nara Trindade, Presidenta da Associação de Moradores do Centro, e de muitos outros que aqui estão.

Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, camaradas, companheiros presentes nas galerias desta Casa e telespectadores da TVCâmara, Ernesto Che Guevara de la Serna nasceu em 1928 na cidade de Rosário, na Argentina. Conheceu Fidel Castro no México, em 1955 e se juntou na luta contra o Ditador Fulgencio Batista, que culminou com o triunfo revolucionário de 18 de janeiro de 1959. Em 1966, entrou clandestinamente na Bolívia com a idéia de impulsionar um foco revolucionário pela América Latina, no entanto, foi capturado pelo exército no dia 09 de outubro de 1967 e executado no dia seguinte em uma escola na cidade de La Higuera. Seus restos mortais, identificados e exumados em 1997, foram levados para Cuba, onde se encontram atualmente no Mausoléu Ernesto Che Guevara, em Santa Clara, 270 quilômetros a leste de Havana.

 

A Srª Margarete Moraes: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; querido companheiro, Deputado Raul Carrion; querida Verª Maristela Maffei, eu falo em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, e nós pedimos que a sua homenagem seja a nossa homenagem, dizendo que, apesar de singela, pelo pouco tempo que há no período de Comunicações, ela tem muita importância, é fundamental para esta Casa, é fundamental para as pessoas que nos assistem, sobretudo para todas as esquerdas do mundo que estão realizando esta homenagem, para todas as pessoas que acreditam em outro mundo possível. Eu só queria relembrar que a luta do Comandante Che Guevara contra o imperialismo ainda é atual, hoje, contra todas as formas de opressão no mundo, contra a vassalagem aos Estados Unidos, que, hoje, destrói um país como o Iraque, destrói vários países do mundo. E relembrar que, antes de ser assassinado, ele lutou contra o imperialismo, contra a idéia de a América Latina ser considerada um pátio, simplesmente, dos Estados Unidos. Ao ser interrogado, Verª Maristela Maffei, por um carrasco do exército boliviano, então dirigido pelos Estados Unidos, sobretudo pela CIA, quando este lhe perguntou qual a sua nacionalidade, ele respondeu assim - antes ser assassinado! -: “Sou boliviano, cubano, brasileiro, argentino, africano, o senhor entende”. Ele fez esta frase que simbolizava a sua luta pelo mundo todo, por um mundo novo possível. Quero lhe devolver a palavra, e gostaria que a senhora considerasse esta uma homenagem também do Partido dos Trabalhadores. Parabéns, Verª Maristela Maffei!

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Com muita honra, Verª Margarete Moraes. (Palmas.)

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela, quero cumprimentá-la por nos permitir uma saudação para o Grande Comandante Che Guevara, um médico, que, formado, começou a correr o mundo e ficar inconformado com as misérias que esse próprio mundo fazia. Dizem que matou gente - e ele é de uma época em que se matava gente. Era a época em que os Estados Unidos aniquilavam o povo da Ásia. Era uma época em que Patrício Lumumba tinha sido arrastado pelas selvas e morto no Congo Belga; ele, que era um socialista democrata. Quero dizer que fica a nossa inconformidade por nós, médicos, não termos, agora, a capacidade de, ao continuar a ver a mesma miséria, a aniquilação do Iraque e de outros povos, nos jogarmos como verdadeiras tochas humanas contra esses homens de nada, dessa terra de ninguém! (Palmas.)

 

A Srª Clênia Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela, obrigada pelo aparte. Queria saudar o Dep. Carrion, todos os democratas militantes das causas políticas e socialistas que acompanham esta sua homenagem, uma homenagem tão importante, quando o mundo volta os olhos aos 40 anos da morte de Che, uma morte bárbara, feita de forma sanguinária, covarde, contra um jovem que optou pelo caminho da justiça, pelo caminho da liberdade, que deixou o conforto da sua vida de classe média para construir um sonho. O sonho de Che Guevara é um sonho que deveria estar presente na cabeça e nos corações de todas as mulheres e de todos os homens neste século XXI, neste século dos bombardeios, da ocupação, da violação dos direitos. Eu acho que o sonho de Che tem que ser reafirmado e que sua iniciativa faz com que este Parlamento reafirme esse sonho de esperança e de liberdade para o futuro. Parabéns. (Palmas.)

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Maristela Maffei, queria lhe dar um grande abraço e cumprimentá-la pela iniciativa, pois Che foi, na nossa infância, na nossa juventude, um carregador de sonhos. Tenho uma identidade muito grande com ele, pela sua visão médica, pela sua inquietude ao passar pelo mundo, principalmente pelo seu sonho, que foi o mesmo sonho de Simón Bolívar, por uma América unida, coesa, uma América forte, mas livre. Realmente, a tragédia que viveu ao nosso lado nos tirou, talvez, um dos maiores líderes do século XX. (Palmas.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Muito obrigada, Ver. Claudio Sebenelo.

Senhoras e senhores, quero agradecer as considerações, aqui, Verª Margarete Moraes, e dizer que, com certeza, o Partido dos Trabalhadores e todos aqueles que aqui se associaram, não poderiam estar fora dessa trincheira neste momento.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Primeiro, muito obrigado pelo aparte, Verª Maristela. Quero dizer que esta é uma justíssima homenagem de uma Cidade que respira cidadania e humanismo. Para nós, homenagear o Che Guevara é homenagear a vida, a luta dos oprimidos. Foi um homem que lutou barbaramente contra a espoliação por parte desse império que comanda o mundo, que é o império norte-americano. Portanto, os nossos cumprimentos. Viva o Che, viva a vida, e viva o humanismo! (Palmas.)

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Pelo que entendi da Mesa, eu entro no tempo da Verª Maria Luiza.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Informo que V. Exª está falando no tempo da Verª Maria Luiza, em Comunicações, e continuará em Liderança, neste momento.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Pensamos também, senhoras e senhores, em abordar um pouco das relações desse revolucionário com o nosso Partido, o PCdoB; assim, resolvemos nos utilizar de um trabalho feito pelo historiador Augusto Buonicore para fazer essa abordagem.

Existem certas passagens da história da esquerda brasileira que são praticamente desconhecidas. Uma delas diz respeito às relações estabelecidas entre os dirigentes revolucionários cubanos e o Partido Comunista do Brasil durante os primeiros anos de sua reorganização. Pouquíssimas pessoas sabem, por exemplo, que foi o então pequeno PCdoB que editou, pela primeira vez, em nosso País, as obras de Che Guevara e Fidel Castro.

A vitória da Revolução Cubana, ocorrida nos primeiros dias de 1959, a tentativa de ocupação da ilha por forças contra-revolucionárias, com o apoio dos Estados Unidos, em abril de 1961, pareceu para vários comunistas descontentes uma clara negação das teses reformistas defendidas por Krushov, então dirigente máximo do PCUS, e incorporadas de maneira não-crítica pela maioria da direção do PCB.

Esta sensação tendeu a se tornar uma convicção, quando, em agosto de 1961, houve a tentativa de setores conservadores das Forças Armadas, com o apoio da mídia e das classes dominantes, de impedir a posse de Jango, levando o Brasil às portas de uma guerra civil. Essa grave crise político-militar foi solucionada por um acordo de cúpula, no qual Jango pôde assumir em troca da implantação do Parlamentarismo, que lhe tolheu os poderes.

Esse era o cenário, quando um grupo de comunistas, encabeçado por João Amazonas, Maurício Grabóis, Pedro Pomar, Lincoln Oest, entre outros, resolveu enfrentar abertamente a direção do PCB, através de uma carta assinada por cem militantes. Os revolucionários cubanos, naqueles anos, também estavam descontentes com as políticas apregoadas pelos soviéticos. Esse descontentamento cresceria após a “crise dos mísseis”, ocorrida no final de 1962, quando Cuba foi cercada, militarmente, e novamente ameaçada de invasão.

Foi Krushov, que havia convencido os cubanos a instalar mísseis nucleares defensivos nas ilhas, que acabou cedendo às pressões militares e negociou a sua retirada com os norte-americanos, sem prévia comunicação aos dirigentes cubanos. Fidel e Che ficaram furiosos com tal atitude.

Senhoras e senhores, não vou poder me aprofundar mais pela questão do tempo, mas quero dizer que o prefácio do livro de Che foi escrito pelo dirigente comunista Maurício Gabróis, futuro comandante da Guerrilha do Araguaia. Nele se afirmava que a Revolução Cubana havia contrariado teses muito difundidas em nosso País e bastante arraigadas entre as forças revolucionárias, que dizem que os povos dos países latino-americanos não poderiam realizar com êxito a Revolução. O livro de Che foi censurado, infelizmente, ainda no Governo de Jango.

No final de abril de 1962, dois meses após a reorganização, João Amazonas e Maurício Gabróis viajaram a Cuba para participar das comemorações do 1º de Maio. Na ilha, eles se entrevistaram com Fidel e Che. Em agosto de 1962, Ângelo Arroyo e Carlos Danielli também estiveram em Cuba.

A classe operária foi uma caixa de ressonância das opiniões cubanas sobre a revolução na América Latina. E foi publicado: “A América Latina é um Vulcão”, de Che Guevara.

A relação daqueles que reorganizaram o PCdoB com a Revolução Cubana vinha de um período anterior ao racha. Em 1961, Carlos Danielli visitou a ilha e participou de uma das brigadas formadas para defender Cuba da invasão de mercenários financiados pela CIA. Isso incomodou as elites nesse contexto todo. Incomodou, não! Incomoda e provoca reações das forças mais atrasadas até hoje, como fez a revista Veja na última semana. A matéria: “Che, há 40 anos morria o homem e nascia a farsa”, assinada pelo jornalista Diogo Schelp e Duda Teixeira, aproveita o assassinato de Ernesto Che Guevara para divulgar um verdadeiro panfleto contra Cuba, contra Fidel Castro e o socialismo. Trata-se, sim, da mesma revista que foi para as bancas contra a criação da CPI da TVA, que vai investigar a venda da TVA - do Grupo Abril, que edita a Veja - para a Telefônica. A Anatel, num primeiro momento, aprovou o negócio, mas impôs condições. Mas, como disse Che: “Os poderosos podem matar uma, duas, até três rosas, mas jamais deterão a primavera”!

“Acima de tudo, procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário.”, isso nos legou Che.

E, nesse momento, Srª Presidenta, eu que ainda era uma criança na época do assassinato de Che, e que deixou muito mais do que a sua própria teoria, deixou a semente do socialismo e do comunismo no coração daqueles que lutam pela liberdade. Eu quero lembrar aqui um poema do Che: “Eu sei! Eu sei! Se sair daqui, o rio me engolirá... É o meu destino: hoje devo morrer! Mas... não! A força de vontade pode superar tudo. Há obstáculos, eu reconheço. Não quero sair. Se tenho que morrer, que seja nesta caverna. As balas... o que podem as balas fazer comigo se meu destino é morrer afogado? Vou vencer o destino. O destino pode ser conseguido pela força da vontade. Morrer... morrer sim, mas crivado de balas, destroçado pela baioneta, se não, afogado não... Uma recordação mais duradoura do que o meu momento é lutar! É lutar, é morrer lutando”.

Por isso, meus camaradas, por isso, meus companheiros, por isso “Hasta la victória, siempre!” Viva Che! (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

(Manifestação das galerias.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maristela Meneghetti, Presidente dos trabalhos; Deputado Raul Carrion, companheiro e camarada, colegas Vereadores, Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham; falar sobre Che Guevara é, para mim, uma satisfação muito grande; mesmo que estejamos, aqui, marcando os 40 anos de sua morte.

Ele foi, para a minha geração, para muita gente que luta pela justiça, pela igualdade, uma referência, e, como se diz, de fato, um ícone, um exemplo a ser seguido.

E quero, neste momento, ler um artigo publicado ontem, no jornal Zero Hora, pelo jornalista Flávio Tavares, conhecido e respeitado no Estado e no País, e, surpreendentemente, é uma reportagem da revista Veja de 10 anos atrás. Só que, há 10 anos, a revista Veja não tinha a direção que tem hoje: de um grupo racista, como no Apartheid da África do Sul. Era outra Veja e dava outro enfoque sobre Che Guevara.

Leio o texto do jornalista Flávio Tavares: “Há 40 anos do seu assassinato, Ernesto Che Guevara ressurge em todos os lados, admirado e respeitado, criticado e caluniado, mas sempre ícone. Quase um fetiche a nos guiar, seja para onde for. Quando um morto está presente em todos os lugares, tem mais vida do que todos nós, os vivos. Quem morreu, continua vivo. O grande legado de Che Guevara foi sobretudo humano, mais do que político. Os testamentos políticos fenecem, os legados humanos permanecem. Dele, fica o exemplo de doação e sacrifício, da renúncia ao poder para lutar no Congo, logo na Bolívia e, assim, não se transformar em Cuba num proxeneta da política, ou num burocrata da revolução. Ferido e capturado, foi vítima da mais ímpia sordidez do ódio: fuzilar um preso. [Um preso desarmado.] Conheci Che Guevara [diz Flávio Tavares] em agosto de 1961 e o acompanhei, como jornalista, durante os 13 dias da Conferência da OEA, em Punta del Este. Dele fiz 62 fotos, inclusive na intimidade da última ceia com os pais e irmãos. Impressionou-me sua decisão, ironia, a humildade no ouvir e debater, o olhar firme, mas terno. Em 1975 [e chamo a atenção para isto, principalmente do Ver. Haroldo de Souza - diz Flávio Tavares] conheci o Major Rubén Sánchez, do Exercito Boliviano, então exilado no Peru. Anos antes, em 1967, fora aprisionado pela guerrilha do Che, num combate com baixas em ambos os lados. Preso menos de um dia, foi solto com seus soldados após ouvir uma preleção dos guerrilheiros. Como militar, aprendera que seria executado se caísse prisioneiro. Após a morte do Che, sob o impacto do que viveu, o Major Rubén Sánchez saiu do Exército e se integrou a um grupo ‘guevarista’ da esquerda boliviana. Perseguido, exilou-se no Peru. Esse Che Guevara que liberta um oficial preso e seus soldados, será o Che Guevara ‘pérfido e cruel’ apresentado, dias atrás, por uma revista? [Será, Ver. Haroldo de Souza?] Vulgar e cego, o sensacionalismo deturpa a História”.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Guilherme, eu gostaria de me somar, lembrando do Che, Ministro, porque o Che, revolucionário - por mais que a revista Veja, a direita, queira acabar com os nossos ídolos e com os seus exemplos -, demonstrou, quando Ministro, ao criar o trabalho voluntário, que até hoje em Cuba é realizado nos finais de semana, para criar solidariedade, para criar irmandade. E ele era o primeiro Ministro que amanhecia, com o sol nascendo, na frente do trabalho, fosse para cortar cana, fosse na construção civil, até à noite, fazendo o trabalho, junto, um exemplo contra a burocratização, um exemplo de humildade, um exemplo de luta incansável. Parabéns, Maristela e Guilherme, pelo registro necessário!

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Obrigado, e já encerro, Srª Presidenta, lendo um trecho desta reportagem da revista Veja, de 10 anos atrás, de setembro de 1997; quando a Veja, que não era cega e vulgar, como é agora - mas alguns aqui lêem a Veja, cega e vulgar. Diz a matéria de 10 anos atrás (Lê.): “Che Guevara tinha tudo para se tornar um imortal: era bonito, destemido e morreu jovem, defendendo conceitos igualmente jovens, como a solidariedade e a justiça social. Sonhou com um novo homem para o século XXI e viveu como ‘o homem mais completo do Século XX’, segundo a clássica definição de Jean-Paul Sartre. Foi radical, moralista e conseqüente. Ícone da geração dos anos 60, ironicamente nunca chegou a usar jeans - passou direto da calça de pano ao uniforme de guerrilheiro. Também nunca deve ter cantado rock - tinha péssimo ouvido musical e jamais se conciliou com a língua inglesa. Viveu num mundo sexualmente revolucionário, mas era casto. Tornou-se símbolo da boemia, embora praticamente não bebesse. Virou moda, em suma e, como ensina o historiador inglês Eric Hobsbawn, ‘a moda é freqüentemente poética’.”

Encerro com a frase do Che: “Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros!” Viva o Che!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Agradecemos pela presença das senhoras e dos senhores; parabenizamos a Verª Maristela Maffei pela merecida homenagem e damos por encerrada esta homenagem.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h27min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti – às 15h29min): Estão reabertos os trabalhos.

Apregôo a seguinte Comunicação subscrita pelo Ver. Almerindo Filho (Lê.): “Porto Alegre, 5 de outubro de 2007. Ilustre Presidenta, ao cumprimentá-la, respeitosamente, venho através desta comunicar V. Exª e, na sua pessoa, a Câmara Municipal de Porto Alegre, que no final da tarde do dia 4 de outubro último, efetivei minha desfiliação partidária do Partido Social Liberal (PSL) no Município de Porto Alegre, tendo, no mesmo dia, assinado ficha de filiação junto ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) desta Capital. Na oportunidade, solicito que sejam encaminhadas estas informações aos setores pertinentes deste Legislativo para efetuarem os devidos registros legais. Certo de sua compreensão e pronto atendimento, desde já agradeço. Cordialmente, Ver. Almerindo Filho.”

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta dos trabalhos de hoje, Verª Maristela Meneghetti; nobres colegas Vereadores, nobres colegas Vereadoras, a Bancada do Democratas esteve, juntamente com seus assessores, avaliando o Projeto da Governadora Yeda que eleva as alíquotas do ICMS no nosso Estado. Trago este assunto, porque li nos jornais do final de semana, para fazermos uma contemplação, um raciocínio profundo sobre o que é fazer política hoje no nosso País. Os contraditórios: o jornal Zero Hora publicou, no sábado, os Partidos que defendem a majoração do ICMS; aqueles que são contra o aumento do ICMS no Estado do Rio Grande do Sul, e os Partidos que outrora apregoavam o aumento do ICMS e hoje são contra o aumento do ICMS no Estado do Rio Grande do Sul. Da mesma forma há os contraditórios quando se passa para a administração municipal, estadual e nacional. Nota-se que alguns, aqui, são contra a elevação do ICMS, mas a favor do aumento da CPMF. Nessa análise partidária do País, vejo um Partido firme nas suas convicções, na sua convicção de ser oposição, mas oposição com propostas. O Democratas é contra os aumentos de impostos, seja na órbita municipal, estadual ou federal. Publicamente coloca sua opinião contrária ao aumento do ICMS no Estado do Rio Grande do Sul, e também contrária à vigoração da CPMF em nível federal. Isso me deixa com uma certa tranqüilidade de paixão política, de pensamentos políticos.

Analiso as duas majorações - a prorrogação da CPMF e o aumento do ICMS no Estado do Rio Grande do Sul -: se tivesse que escolher entre um dos dois, eu ainda escolheria a majoração do ICMS no Estado do Rio Grande do Sul, porque este Imposto é cobrado pelo Estado e permanece aqui para investimentos no Estado do Rio Grande do Sul, o que não acontece com a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF, que retira do nosso Estado, por ano, dois bilhões em moeda circulante.

Eu pergunto quantas vezes esses dois bilhões, se não fossem cobrados pela CPMF, rolariam de mão em mão no Estado do Rio Grande do Sul, numa cascata, buscando os seus vinte e tantos por cento de ICMS para os cofres do Estado do Rio Grande do Sul, que hoje precisa cobrir um rombo de um bilhão e trezentos milhões de reais?! Mas esse dinheiro que vai embora para Brasília, e volta em forma de migalha para o Estado, para ser aplicado numa Saúde quebrada, sem que possamos ter as consultas diárias necessárias. Então, quero dizer que é chegado o momento em que o elástico não se espicha mais: ou reduzimos esta carga tributária, ou vamos chegar num ponto em que - não digo a sonegação ou a inadimplência das empresas -, o fator não-legal não será mais registrado. Os microempresários não têm como pagar seus impostos, que estão em mais de 40% ao mês, e com taxas e mais taxas. Com isso estamos afogando o emprego, o desenvolvimento do nosso Estado em detrimento de outros Estados que só querem mais dinheiro, querem aumentar a contratação de CCs, querem mais Ministérios, mas o povo que os pague, através dos impostos e da CPMF.

Então, é chegada a hora de olharmos para um desenvolvimento sustentável do nosso Estado e do nosso País. Muito obrigado, Srª Presidenta e nobres colegas Vereadores.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos desta tarde; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, público que nos acompanha aqui e através da TVCâmara, quero tratar aqui do assunto que tem sido muito comentado: a troca de Partido do Prefeito Fogaça, do PPS para o PMDB. Eu já tinha falado aqui, na semana passada, Ver. Todeschini, que, na verdade, o que vimos foi o lançamento do PPP do Fogaça - um Prefeito sem projeto, um Prefeito sem Partido e um Prefeito sem palavra. (Palmas.)

Ele não tem projeto para a Cidade e demonstra isso nas ruas, porque é isso que a população está vendo. O seu projeto era vencer a Frente Popular nas eleições, mas não governar a Cidade.

Não tem Partido, porque agora busca o abrigo do PMDB para esconder a sua má-gestão, esconder esses dois anos e 10 meses, e também porque não tem identidade programática e nem ideológica, e, sim, conveniências eleitorais.

Não tem palavra, porque é o mesmo que disse que não ia sair do PMDB para o PPS, e saiu. Disse que não ia ser candidato a Prefeito de Porto Alegre, escreveu, assinou e publicou no jornal Zero Hora, e saiu candidato. Disse que não ia sair do PPS e foi para o Partido do Movimento Democrático Brasileiro. Agora, diz que quer ser candidato a Prefeito. Eu perguntaria: a Prefeito ou a Senador? Não tenho por que confiar na palavra do Prefeito.

Mas quero, também, mostrar que isso virou uma fiasqueira na cidade de Porto Alegre. É um fiasco o que o Prefeito Fogaça tem feito. Primeiro, o que hoje acompanhamos aqui no jornal Zero Hora (Mostra recorte de jornal.), de que Fogaça terá que conter incêndio em ex-Partido, e os membros do seu ex-Partido, o PPS, não poupam “elogios” a ele: covarde, desleal, traidor. Isso está publicado nos jornais! Olha, que papelão faz o Prefeito da Cidade que é a Capital do Estado do Rio Grande do Sul. Mas o fiasco maior não é este, Ver. Todeschini; o fiasco maior é o seguinte: o Supremo Tribunal Federal pode decidir, amanhã, que prefeitos, governadores e senadores que trocaram de Partido, perdem seu mandato. Mas põe fiasco em cima disso! E o desrespeito à população de Porto Alegre, que se vê na situação de depois de amanhã poder perder o seu Prefeito, porque ele participou do troca-troca de Partidos, conforme suas conveniências eleitorais, e vai perder o mandato se o Supremo Tribunal Federal decidir assim, assim como os Deputados, Vereadores, seja lá quem for, que trocaram de Partido depois do dia 27 de março. Porto Alegre não merecia isso. Porto Alegre não merecia isso, pela sua história! Não merecia o Prefeito que tem hoje, que, primeiro, não mantém a sua palavra em relação à população de Porto Alegre; não corresponde ao programa e ao projeto que tentou apresentar lá nas eleições de 2004 para vencer a eleição, mas não cumpre; reduziu investimentos; gastou 14 milhões de reais em publicidade em 10 meses deste ano, e apenas 990 mil reais em investimentos para a Saúde. Não colocou o Hospital da Restinga no seu Plano Plurianual! Vive uma crise gravíssima na Saúde; viveu uma crise gravíssima com o servidor público municipal! Não tem iluminação pública na Cidade! Há uma crise no recolhimento de lixo na Cidade - ou ninguém está vendo isso?! As únicas obras que consegue mostrar foram as deixadas pela Administração passada. As únicas! Passa para a iniciativa privada o patrimônio de Porto Alegre, construído a duras penas, que é o Araújo Vianna, para dar um exemplo; mais as linhas da Carris, para dar outro; os Portais da Cidade, outro exemplo; o Camelódromo, outro. Tudo para a iniciativa privada! A solução privatizante de sempre! E agora participa de um movimento que é um fiasco para a Capital de todos os gaúchos: o seu Prefeito participa do troca-troca de Partido, busca abrigo num outro Partido para esconder o seu passado recente e a sua má-administração. Sabe-se muito bem que quer ser candidato a Senador pelo PMDB na próxima eleição, e seu mandato está sob risco, a partir de amanhã, conforme a decisão do Supremo Tribunal Federal se disser que Prefeitos, Governadores, Senadores que trocaram de Partido perdem o seu mandato.

A nossa Capital, a nossa história e o povo de Porto Alegre não merecem o Prefeito que têm. Se tudo der certo, no ano que vem, haveremos de mudar para recolocar Porto Alegre na sua história, fazendo da sua história o que sempre foi: uma Capital participativa, consciente politicamente, que constrói o seu dia-a-dia e é protagonista da sua própria história. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Verª Maristela Meneghetti, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste, evidentemente que eu não levarei palmas como levou aqui o meu colega Ver. Marcelo Danéris. Mas eu já me dei conta de que o Ver. Marcelo Danéris foi o destacado para bater no Fogaça. Tem mais gente? Vereador lembra daquela palavra “peremptória”? O senhor ainda deve estar sofrendo daquele trauma, “do peremptório”!

É claro que nós temos problemas na Cidade. Se eu chegasse aqui e tentasse justificar diferente, estaria fazendo um discurso vazio. Mas passado esse tempo todo, poderíamos dizer que a partir de agora se os problemas da Cidade não forem solucionados a contento, aí poderemos reclamar do Prefeito, por que quem é que pode fazer alguma coisa se não tem dinheiro? Se não tem crédito? Era o caso, entregaram a Prefeitura sem dinheiro e sem crédito.

Então, Ver. Todeschini e minha querida Verª Margarete Moraes, o que mais me chama a atenção é o seguinte - e eu já senti isso na rua -, claro, que tem muita coisa a ser feita em Porto Alegre, agora, tem uma coisa, Ver. Marcelo Danéris, que nós, que andamos na Cidade sabemos: ainda não há o sentimento e a esperança da volta do PT, ainda não! (Palmas.) E, talvez, seja por isso que começaram a atacar, atacar, atacar! E aí, Ver. Marcelo Danéris, nós começamos a entender por que, estrategicamente - e V. Exª faz muito bem, tem experiência, é um homem preparado -, faz ataques quase que diariamente. E nós queremos cumprimentá-lo, pois com as suas ponderações, suas críticas, de uma forma ou de outra, nos ajuda, porque é da crítica que nós vamos corrigindo as nossas deficiências. Agora, precisamos registrar: ainda não há o sentimento, na rua, da volta do PT, isto, sim, é que os preocupa muito! Ainda não há este sentimento; é cedo!

 

(Manifestação das galerias.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Olhem aqui, tenho certeza de que terão de esperar mais, não é em 2009, é cedo ainda. Falar do Fogaça, porque trocou de Partido, meu Deus do céu, se fosse o único a trocar de Partido! Ele, eu tenho certeza de que não afirmou na campanha passada, peremptoriamente, de que não concorreria ao Governo do Estado. Eu ao menos não ouvi isso do Prefeito Fogaça.

Então, desta forma, eu imagino o quanto dói ainda aos componentes do Partido dos Trabalhadores aquele grande equívoco do Sr. Tarso Genro, quando, em mais de uma oportunidade - na época não era Ministro e, sim, candidato - o Ministro foi à Prefeitura de Porto Alegre afirmar que, peremptoriamente, não concorreria ao Governo do Estado e dizia que iria cumprir o mandato de Prefeito. Repetiu infinitas vezes. Este, sim, mentiu; este, sim, traiu!

Srª Presidenta, eu fico grato pela oportunidade de falar em Liderança e tenho certeza de que, muitas e muitas vezes, teremos de subir aqui a esta tribuna para tentar mostrar que nem sempre tudo aquilo que é dito, tantas e tantas vezes, vira verdade. Obrigado, meu querido amigo Ver. Todeschini.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Presidenta, Maristela Meneghetti; Vereadores e Vereadoras, antecipadamente quero agradecer a presença do Jérson Lourenço Flores Garcia, Coordenador no Movimento em Defesa da Vida, em Porto Alegre; da Kelly Costa, da Priscila Norling e da Kelly Norling, do CLJ da Paróquia São Carlos.

Hoje, senhoras e senhores, é o Dia Nacional pelo Direito à Vida e também o Dia do Direito do Nascituro. Lamentavelmente, tem havido uma forte mobilização de grupos de influência na opinião pública, atuando junto aos legisladores, no intuito de legalizar o aborto no Brasil. As argumentações são as mais estapafúrdias e falaciosas, dentre as quais a mais enganadora é considerar mãe e feto como se fossem um ser só, integrante do corpo materno.

Quero então, ao abordar este tema tão importante, começar analisando o novo Código Civil Brasileiro, que é recente, que foi aprovado há apenas cinco anos, após 86 anos de vigência do Código anterior. A aprovação do novo Código Civil Brasileiro, como todos sabem, só aconteceu depois de realizados longos, demorados e profundos estudos para a sua adequação às novas condições do moderno Estado brasileiro, sendo, portanto, um Código amplo, atual e moderno. Vejam só o que diz o novo Código (Lê.): “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”. Repito: desde a concepção, ou seja, o nascituro, mesmo sem personalidade civil é, todavia, um ser humano desde a concepção, e há direitos previstos para ele desde então. O principal desses direitos, prezados Vereadores e Vereadoras, é o direito à vida. A essa luz, o aborto, a qualquer tempo, é um homicídio, sem qualquer dúvida. Equivale, no mínimo, à pena de morte, e como esta, é inaceitável. No entanto, está em marcha no Brasil uma campanha para descriminar o aborto. O Ministro da Saúde, inclusive, manifestou, há alguns meses, o desejo de realizar um plebiscito com essa finalidade em mira. Desconhece, o Ministro, ou faz que desconhece, que essa não é uma questão de Saúde pública, mas de ética e de moral.

A alegação dos abortistas de que a mulher é senhora do seu corpo, ainda que verdadeira, não lhe dá sequer o direito de automutilar-se. Muito menos o de extinguir a vida de um ser, que embora no interior do seu útero, é distinto de si, não faz parte da sua pessoa. Mãe e filho, nessa situação, formam um conjunto, mas não constituem um único ser.

Mas os defensores do aborto têm argumentos falaciosos, inflacionam as estatísticas sobre mulheres mortas em conseqüência do aborto clandestino, mas não esclarecem que nos países onde o aborto foi legalizado, além de o número de abortos legais ter se mostrado muito grande, pior do que isso, o de clandestinos aumentou. Também não falam das seqüelas físicas e psicológicas decorrentes do aborto.

Na verdade, o que necessitamos mesmo é de mais educação, planejamento familiar, paternidade e maternidade responsáveis, sexo responsável e não promíscuo. João Paulo II ensinou que “as leis que legitimam a eliminação direta de seres humanos inocentes, por meio do aborto e da eutanásia, estão na contradição total e inconciliável com o direito inviolável da vida”. Aborto e eutanásia, então, são crimes de igual gravidade e, por sua natureza, igualmente inaceitáveis na sua oposição ao direito à vida.

O Papa Bento XVI, ratificando o ensinamento que valoriza a vida, vida que é dom de Deus e cuja extinção, por isso mesmo, não pode ser objeto de decisão humana, afirmou: “Nenhuma lei escrita pelos homens pode subverter a norma do Criador sem que a sociedade seja dramaticamente ferida em seu fundamento”. Falo como católico, como cidadão, como pai de família e como homem público que se considera responsável. E, no meu entendimento - que é o mesmo que o de 87% da população, segundo a pesquisa realizada pelo Datafolha, ontem publicada na Folha de São Paulo -, não cabe muita discussão sobre o tema tão cristalinamente identificado. Aborto é um crime contra a vida - isso basta para não aceitá-lo.

Presidente Lula, desista de legalizar esse crime que é o aborto! Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, especialmente aqueles mais voltados ao interesse das crianças; a Zero Hora de hoje publica e acusa (Lê.): “Partidos e Igrejas dominam o Conselho Tutelar. Levantamento de Zero Hora demonstra que oito em cada dez vencedores da eleição, na semana passada, receberam o apoio de siglas ou instituição religiosa”.

Venho fazendo essa denúncia há mais de três anos, quando se deu a outra eleição. Transcrevi a audiência pública que houve, denunciando toda a corrupção, envolvimento de Partidos, envolvimento de políticos no financiamento das campanhas do Conselho Tutelar, e tenho certeza de que, nesses três anos, eu tentei, num deserto de opiniões, modificar a forma como se escolhe o Conselho Tutelar em Porto Alegre. Historicamente, Porto Alegre trata muito mal as suas crianças. O Conselheiro Tutelar tem o papel fundamental e preponderante nesse tratamento. Deixar abastardar o processo de escolha do Conselho Tutelar pela contaminação ideológica, pelo despreparo e pelo jogo de interesses que se estabelece para a próxima eleição foi a denúncia que fiz reiteradamente nesta tribuna.

Hoje, é preciso ler o jornal e pensar: os Partidos que se envolveram com o financiamento das campanhas dos Conselheiros Tutelares não escolheram Conselheiros Tutelares; escolheram cabos eleitorais para a próxima eleição; e ficou, então, resolvido o problema do Conselheiro, que, previamente, pelo volume de financiamentos, já se sabia quem iria ser eleito. Previamente, já se sabia do envolvimento de Vereadores na eleição do Conselho Tutelar; previamente, já se sabia de religiões prestigiando Conselheiros Tutelares eleitos. É claro que cada Conselheiro Tutelar vai ser um cabo eleitoral daqueles Vereadores e daqueles outros políticos - daqueles Deputados - que financiaram as suas campanhas; é claro que uma Igreja que financia essa campanha vai se beneficiar, politicamente, da presença não só de políticos, mas de cabos eleitorais desses políticos em cada Conselheiro Tutelar eleito por essa Igreja. E nós não temos mais dúvida nenhuma disso. Este Vereador está propondo e está apelando a este Plenário que aprovem uma lei, acabando com a escolha eleitoral dos Conselheiros Tutelares; que se faça por concurso público, transparente, e que se cuide melhor daquilo que está esquecido. Todos se lembraram do Conselheiro, do Partido, do interesse do político; só esqueceram do interessado maior, que são as nossas crianças. Este pecado Porto Alegre vai levar nas costas durante muitos anos, e nós não aceitamos mais essa omissão. Então, que, pelo menos desta vez, a Câmara Municipal de Porto Alegre se manifeste, através de votação de um processo, banindo da história de Porto Alegre a vergonha de uma eleição abastardada e que vai lesar, principalmente, a coisa mais linda que nós temos, que são as nossas crianças. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Maria Celeste assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Srª Vice-Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; nas pessoas de V. Exas, quero cumprimentar as demais Vereadoras, os Vereadores, público que nos assiste aqui nas galerias; público que nos assiste pela TVCâmara; senhoras e senhores.

Venho a esta tribuna, em período de Comunicações, com o objetivo de tratar de dois temas, e espero poder ter tempo para essa manifestação.

O primeiro deles diz respeito a uma visita que fizemos, no final da semana passada, ao Secretário de Acessibilidade, Tarcízio, juntamente com a UAMPA, representado pelo Diretor de Políticas para as Pessoas Portadoras de Deficiência, o Diretor Boa Nova, quando tratamos de alguns assuntos, entre eles a reedição atualizada da legislação e de todas as legislações municipais que dizem respeito aos direitos e garantias e tornam obrigatórias algumas políticas públicas a serem adotadas no Município a favor das pessoas portadoras de deficiência.

Quero dizer que a reunião foi muito boa. O Secretário Tarcízio, inclusive, se manifestou, dizendo que o novo guia já está em processo de impressão, atualizado, e que, até o início do mês de novembro, estará sendo distribuído na Cidade. Nós também fizemos um apelo para que se possibilite a organização desse guia em áudio, para que as pessoas possam, através de sistemas de informática, ouvir o guia, com toda a legislação, e também um guia eletrônico, para que, via Internet, se possa dar conhecimento de toda a legislação existente na área de Direitos e Garantias das Pessoas Portadoras de Deficiência. Esse aqui, inclusive, (Mostra foto.) é um material que vem se apresentando na condição de uma proposta, um projeto de uma palestra e de um ciclo de debates, com a iniciativa da própria UAMPA, para que nós possamos estabelecer uma data em que se priorizem os debates a respeito deste tema. Quero fazer referência ao Ver. Professor Garcia, que foi o autor da Lei que tornou obrigatória a publicação desta legislação que nós entendemos oportuna e pertinente, porque faz parte do conjunto, do coletivo e do pensamento deste Governo, de que se priorizem as políticas públicas para as pessoas portadoras de deficiência. Tanto isto é verdade, que o Prefeito criou a Secretaria de Acessibilidade, que não existia, demonstrando o real interesse e o compromisso deste Governo com estas políticas públicas a serem adotadas na nossa Cidade.

Quero dizer que nós faremos todo o esforço para que, ainda no mês de novembro, se consiga realizar esse evento, provavelmente aqui na Câmara, até porque nós temos uma série de debates a serem aprofundados a respeito deste assunto. Inclusive, no mês passado, nós aprovamos nesta Casa a criação do Conselho Municipal das Pessoas Portadoras de Deficiência, e nós sabemos o quanto isto é importante para que o Conselho venha a oferecer subsídios, venha a oferecer alguma crítica construtiva, alguma crítica de correção de caminhada, pois é só através dessa interlocução da sociedade civil organizada, dos clubes de serviços, das associações comunitárias, dos conselhos, dos clubes de mães, enfim, de toda esta integração da sociedade com o Poder Público que nós poderemos traçar metas para um bom desenvolvimento de políticas públicas, priorizando aquilo que a comunidade, em parceria com o Poder Público, enumera como essencial, como fundamental, como os elementos a serem priorizados na prática da efetiva formulação e desenvolvimento das políticas públicas a serem adotadas com relação a pessoas portadoras de deficiência.

Quero dizer que faço parte da Comissão de Saúde desta Casa, estou atento a esse tema, inclusive no início desta Legislatura constituímos, aqui na Casa, sob a Presidência do Ver. Oliboni e a Relatoria da Verª Neuza Canabarro, uma Comissão provisória e temporária, no sentido de discutirmos e analisarmos todos esses temas que dizem respeito a essa nova Secretaria, que é a Secretaria de Acessibilidade, e de que maneira o Legislativo poderia também colaborar com esse debate.

Essas são as minhas ponderações neste período de Comunicações. Quero dizer que o segundo tema terá que ser abordado num outro momento, em função do tempo exíguo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Muito querida Presidenta desta Casa, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meu querido amigo Ver. João Dib, em especial, que bom momento vive o Partido Trabalhista Brasileiro! Que belo momento cívico, democrático, de planejamento! Que bom quando as agremiações partidárias, com a responsabilidade que têm, têm homens que ficam planejando o futuro do seu Partido, o futuro dos seus Parlamentares! Imaginem o Presidente Brack, criando junto com o Cássio, com o Everton, o Ivandre, o Kleber, o Manfrói, os núcleos de bairro do PTB. Quase toda esta Cidade está coberta, neste momento - e é um ano pré-eleitoral -, de núcleos de base estritamente popular, e isso é muito bom, porque este Partido se confunde desde o seu início com as verdadeiras lutas populares. Que bom um Partido que se alia à universidade e, pela primeira vez, um Partido entra na universidade e faz um curso para os seus associados sobre o estado da nossa economia brasileira e seus reflexos mundiais. É na Faculdade de Economia que se faz esse curso, e a Verª Maria Luiza é a nossa representante que está fazendo o curso universitário, de extensão universitária. Que bom um Partido que começa a entrar na universidade! Que bom um Partido que cria grupos que estudam as linhas sociais, a assistência social, a saúde! Que fez com que descobríssemos que um bilhão de dólares passa pela Saúde de Porto Alegre, são dois bilhões de reais, contando o Hospital Conceição e o Hospital de Clínicas - um bilhão! -, coisa sobre a qual ninguém se debruçou para saber o que era; e precisamos mais, cada vez mais.

Este Partido que se encaminha como um verdadeiro “Partido da solidariedade” pelo seu representante, Sérgio Zambiasi, que é o homem da assistência, e deixando a assistência, porque foi para Brasília, passou a ser o homem da solidariedade, e isso nos encantou na sua procura.

Este Partido passa a ser, agora, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre, o primeiro Partido da base do Governo e passa a ser o segundo Partido de assento neste Plenário histórico que já proclamou a Abolição da Escravatura antes de 1888. O Plenário desta Casa tem sido de ponta, tem sido de vanguarda, tem sido de lutas democráticas, de homens que foram mártires ao serem cassados depois de um discurso desta tribuna.

O nosso Partido ficou maior - já era grande, ficou maior, já era imenso, passa a ficar enorme -, pois assina dentro das nossas fileiras, com muita coragem, neste momento em que os homens do jurídico do TRE vão e voltam, fazem corrupção, não fazem, voltam e não decidem nada! Muita coragem teve o Ver. Almerindo Filho que passa a ser o sexto Vereador da Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro, e é com muita honra que o recebemos, um homem cheio de votos, um homem com uma vida íntegra, um homem que também é da solidariedade, incorporando-se à Bancada de Brasinha, um lutador popular; Nilo Santos, uma revelação maravilhosa nesta Câmara; o nosso decano Elói Guimarães, que nos dá o caminho, que nos faz pensar, que nos faz refletir e acaba acompanhando a juventude desses rapazes; a Maria Luiza é uma mulher que luta bastante dentro da comunidade, uma Assistente Social em tempo integral, uma das nossas revelações bonitas deste Plenário também. Pastor Almerindo Filho, nosso Vereador querido, seja feliz dentro deste Partido, que é uma grande família, que é um Partido que se preocupa com os seus Parlamentares, que é um Partido que vai-nos levar novamente a resgatar aquilo que nos tiraram, que foi a derrota de João Goulart, derrubado e morto no exílio.

Um novo Partido começa a se formar, será o “Partido da Saúde”, será o “Partido do Povo”, será o Partido que João Goulart sonhou e não pôde realizar, mas nós, juntos, cada vez maiores, iremos realizar! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, queria cumprimentar os porto-alegrenses que acompanham os trabalhos deste Parlamento, eu vou, no tempo de Liderança do meu Partido, o PPS, prosseguir no debate trazido aqui pelo Ver. Claudio Sebenelo, a respeito das recentes eleições dos Conselheiros Tutelares de Porto Alegre.

Nós temos conversado muito sobre isso, os Vereadores e as Vereadoras, e eu tenho trocado muitas idéias com o Ver. Claudio Sebenelo sobre isso. Temos, sobre o processo de seleção, uma idéia diferente. Eu acompanho isso, nesta Casa, desde a primeira eleição dos Conselheiros Tutelares. Eu era uma Vereadora recente nesta Casa, quando se discutia o voto direto e a organização das primeiras eleições dos Conselheiros Tutelares para Porto Alegre. Porto Alegre foi uma cidade pioneira na aplicação do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente.

Eu tenho muita felicidade em perceber os avanços que nós tivemos, o crescimento da consciência deste Parlamento em relação à sua responsabilidade na defesa da política da infância e dos adolescentes do nosso Município. E posso provar isso com três exemplos. Primeiro, a última lei que nós aprovamos - que foi a lei que regeu as eleições acontecidas no último domingo - foi extremamente aprimorada, primeiro, porque é uma lei que fez uma exigência de qualificação de um curso de capacitação de 80 horas. Eu acompanhei a abertura, acompanhei algumas palestras e o encerramento desse curso de extrema qualidade, que exigia a presença e exigia a avaliação dos conhecimentos. Essa mesma lei coloca que, para a próxima eleição, uma pessoa de Porto Alegre só pode disputar a eleição de um Conselho Tutelar se ela tiver 120 horas de capacitação! Eu acho isso extremamente importante. Antigamente, um Conselheiro Tutelar podia ser analfabeto; hoje, ao Conselheiro Tutelar é exigido o Ensino Fundamental. Eu defendo que nós aprimoremos, e para a próxima eleição haja a exigência de, no mínimo, o Ensino Médio. Há alguns Municípios que já estão exigindo, inclusive, o Ensino Superior. Eu acho que, além do curso de capacitação, que é um pré-requisito da lei - diferente de outros Municípios, que eu espero que se inspirem na nossa lei e aprimorem o processo -, para um conselheiro disputar as eleições com voto direto da população, ele tem que fazer uma prova, e houve conselheiro que tentou a reeleição e não pôde se candidatar à reeleição porque não passou na prova.

Então, eu acho que a nossa legislação foi extremamente aprimorada e que Porto Alegre está de parabéns pelos equipamentos, pela qualificação hoje das sedes dos Conselhos; era uma demanda antiga, a Prefeitura de Porto Alegre equipou os Conselhos, do ponto de vista material. Vale a pena visitar, quem ainda não visitou, a sede de um Conselho; foram equipados do ponto de vista do suporte técnico, o que foi um grande avanço deste Governo.

E, por último, eu acho extremamente importante essa discussão da militância da sociedade civil versus a militância partidária. Eu li a reportagem do jornal Zero Hora, não achei ninguém que se colocasse, filiado ao meu Partido, naquele quadro; não sei se há ou não há, mas eu não acho que esse é um mau indicativo a pessoa ser um militante partidário e ser um Conselheiro Tutelar. Se nós fizermos um levantamento das entidades comunitárias de Porto Alegre, nós vamos perceber que todos, ou quase todos os dirigentes de entidades comunitárias têm também uma filiação partidária. Na minha avaliação isso é muito bom, eu acho que isso expressa um nível de politização, porque a filiação partidária expressa um nível de compromisso político do cidadão e da cidadã. Acho que ninguém é obrigado a se filiar em Partido, mas quem faz essa opção o faz por uma participação na disputa de poder, absolutamente legítima.

Se nós levantarmos o número de pessoas dirigentes dos clubes de serviços e olharmos suas filiações partidárias, quase todos são filiados a Partidos.

Então, para mim, o problema não é esse; acho, até, muito bom e legítimo. Para mim, o problema acontece - e acho que o Ver. Sebenelo levantou essa questão - quando as instituições, quer sejam elas religiosas ou partidárias, dão respaldo a um candidato, se esse candidato não tiver compromisso com a política da defesa dos direitos da criança e do adolescente. Acho que aí as coisas começam a se complicar.

Acho que pode avançar nessa direção a idéia do voto individualizado, que já foi, inclusive, proposto pelo próprio Vereador, o que não estava na construção do consenso, mas alguns Municípios já conseguiram adotar isso. Acho que isso miniminiza a possibilidade da intervenção partidária ou institucional de qualquer instituição religiosa no destino das eleições.

Mas acho que Porto Alegre avançou muito, a nossa Lei melhorou muito e demonstrou um enorme compromisso com a qualidade e a capacitação dos candidatos a Conselheiros, que tiveram de fazer 80 horas de curso, tiveram de passar por uma prova. Muitos deles até poderiam passar nas eleições, mas eles não estavam capacitados e foram reprovados na prova.

Mas este é um debate importante, acho que ele tem de continuar, porque a nossa Lei pode avançar ainda muito mais.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maristela Meneghetti está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o tema que nos traz, hoje, a esta tribuna, no período de Comunicações, diz respeito a um Projeto de minha autoria que está em Pauta e dispõe sobre a concessão de licenças para chaveiros.

Na última quinta-feira, ouvi, do meu gabinete, atentamente, os discursos proferidos por alguns Vereadores desta Casa, e, em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que fiquei extremamente surpresa ao ver o Substitutivo nº 1, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que sequer conversou comigo, autora da proposta original, no sentido de construir ou melhorar o Projeto.

Em segundo lugar, Ver. João Antonio Dib, V. Exª é livre para votar a favor ou contra o Projeto. Eu lamento, apenas, que seja contrário à nossa proposta e, conseqüentemente, ao progresso do nosso Município, visto que a Lei original, de nº 4.555, datada de 30 de abril de 1979, é de 28 anos atrás, e, de lá para cá, a nossa população cresceu muito, e a Cidade, de forma significativa, se desenvolveu, tanto que a média, hoje, é de um chaveiro para cada bairro. Em terceiro lugar, eu também gostaria de esclarecer ao Ver. João Carlos Nedel que eu realmente não pedi o art. 81 para que o Processo pudesse tramitar na Casa obedecendo a todos os trâmites legais e regimentais, ou seja, para que ele passasse pela Procuradoria e pelas Comissões, senão não haveria razão para que essas existissem aqui.

Ao mesmo tempo, nós não pedimos o art. 81, em razão de o Ver. João Antonio Dib ter solicitado uma diligência à SMIC, que convidou os chaveiros ambulantes para uma reunião, para então, após ouvi-los, pudesse aprimorar a nossa proposta. O que houve, sim, foi que o Secretário da SMIC distribuiu licenças provisórias a todos os ambulantes. O que nós não conseguimos entender, então, é o motivo pelo qual a resposta à diligência do Ver. João Antonio Dib foi de que não seriam necessárias ampliações dessas licenças. Ora, então por que distribuir licenças provisórias a todos os ambulantes? Nós não conseguimos entender essa atitude do Secretário da SMIC.

E, por fim, o que nós queremos é que o Projeto continue tramitando nesta Casa, para, quando ingressar na Ordem do Dia, seja possível a ampliação da discussão e a sua aprovação, pois o problema, no nosso entendimento, não se resolve definitivamente apenas com licenças provisórias.

Desde já eu quero agradecer aos nobres Pares que, desta tribuna, já se manifestaram favoráveis à aprovação do nosso Projeto. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrado o período de Comunicações.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Querida Presidenta, Verª Maria Celeste, cumprimento-a ao mesmo tempo em que agradeço a cedência deste tempo; cumprimento minha Bancada - Ver. Marcelo, Verª Margarete -, demais Vereadores e Vereadoras, público presente, assistência da TVCâmara, quero iniciar fazendo um breve destaque sobre a questão em voga, em debate no Rio Grande do Sul, que é o pacote de aumento de impostos que a Governadora Yeda Crusius está enviando para a Assembléia Legislativa - ou já enviou. O tema sobre impostos foi o tema mais debatido - a senhora que era Presidenta em exercício, Verª Margarete, na eleição passada, em que nós dávamos apoio, nós estávamos na coordenação da candidatura do companheiro Olívio Dutra, sabe disso. Este foi o grande tema: a crise do Rio Grande, as dificuldades administrativas e as alternativas. E a ex-Deputada, agora Governadora, Yeda Crusius, foi peremptória, determinante, ela disse que iria administrar o Rio Grande como administrava a sua casa e que não iria aumentar impostos - esse era o grande tema, a grande discussão, até porque é sabido que o Rio Grande não suporta mais aumentos de impostos. No entanto, no ano passado já foi, antes ainda de ela assumir, enviado um pacote à Assembléia, felizmente derrotado - e eu quero dizer que eu estava lá, no dia 28 de dezembro, inclusive, fazendo pressão para que isso não fosse aprovado -, os Deputados não o aprovaram, mas agora ela volta com uma proposta mais nefasta ainda, Ver. Marcelo, de achacar o bolso dos gaúchos com uma pesada carga tributária em aumento proposto à Assembléia.

E iniciando, o carro-chefe do pacote é o “aumento de impostos”, o que foi reiteradamente negado pela Governadora na campanha; não há um outro nome para isso a não ser “estelionato eleitoral”. É importante fazer esse registro, porque eu quero dizer aos Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras que vou vir à tribuna em todas as Sessões para lembrar e dizer para os porto-alegrenses quais foram os Partidos que votaram a favor do pacote da Governadora, porque isso tem que ser dito, tem que ser sabido, tem que ser refrescado na memória de todos. Não era o Sr. Brasinha que fazia campanha para a Governadora com o seu caminhão, conhecido em toda a Cidade? Agora está aí a conta, mas a conta ainda pode ser um pouco redimida, se o seu Partido derrotar a proposta da Governadora, porque esta proposta é ruim para o Rio Grande, é péssima para os assalariados e para os trabalhadores. Feito este registro, é importante que os senhores, que representam aqui as Bancadas, falem com seus Deputados para que derrotem o pacote da Yeda, porque o Rio Grande não suporta, e Porto Alegre não agüenta mais esse tipo de atitude.

O segundo ponto em que quero entrar é em relação à questão da troca de Partido pelo atual Prefeito, José Fogaça. É importante que façamos uma bela reflexão sobre os acontecimentos. Uma matéria do Jornal Zero Hora de sexta-feira, dia 5 de outubro, diz que “Fogaça terá que conter incêndio em ex-Partido” - está aqui a matéria. Não somos nós, agora; somos completamente insuspeitos sobre o que estamos falando, Verª Neuza. Entre outras coisas, diz: “Isto é uma página virada” - uma frase apenas. Falando sobre a Liderança do PPS, ex-Partido do Prefeito, diz o seguinte, em recomendação ao Prefeito Fogaça (Lê.): ‘Não faz isso. Será o erro político do século. Me dá uma única razão”, disse essa Liderança ao Prefeito. (Lê.) “Primeiro, o Prefeito ficou mudo” - está aqui na Zero Hora; “em seguida, falou das dificuldades em manter a aliança de 13 Partidos”.

Vejam bem, senhoras e senhores, então fazem alianças para manter alguns interesses e para afastar um projeto que vinha dando certo na Prefeitura; disseram coisas que não se sustentaram, mentiram, enganaram, prometeram coisas que não eram reais, e aqui está a revelação. A revelação não é de algum de nós da oposição, é da boca do próprio Prefeito, dizendo que a aliança com 13 Partidos é ingovernável. É por isso que temos uma Cidade do jeito que está, Ver. Marcelo. Vamos mais adiante; segundo essa Liderança, também do PPS, que é o Partido que apresentou o Prefeito à cidade de Porto Alegre, que afiançou o Prefeito à cidade de Porto Alegre, que deu garantias ao povo sobre a sua eleição: “Tenho pena, Fogaça foi chantageado e cedeu. Ele não gosta de ser Prefeito. Quem faz isso não merece governar Porto Alegre. Muitos dos defeitos da Administração se devem à falta de pulso dele”. Ora, isso está visível, e, como ele disse que muitos dos defeitos da Administração se devem à falta de pulso dele, os outros defeitos que não são pela falta de pulso dele onde estão, Ver. Marcelo? Também são outros tantos: o desgoverno, a escuridão na Cidade, o lixo, por exemplo, que tem uma licitação que foi anulada por Ação Popular, deste Vereador, no ano passado, as licitações com dispensa, com contratações emergenciais, com adjudicação direta no valor de dois milhões de reais para serviços continuados na SMOV, para contratação dos controladores de velocidade, isso vai levar o Prefeito a responder perante a Lei. A situação é muito grave, senhoras e senhores. E aqui está dita uma verdade que agora se revela por dentro, por alguém do Partido do Governo, até então do PPS.

Não somos nós, da oposição, Ver. Marcelo, que às vezes, aqui, somos tratados com ironia pela base do Governo, que falamos isso, porque nós estamos sendo carimbados como sendo de oposição. Não, estamos fazendo, e muito bem-feito, o nosso papel de oposição, e um dos nossos deveres é controlar o Poder Executivo. Agora, aqui, nesta matéria, estão sendo revelados os fundamentos, as verdadeiras faces que nós temos, que nós encontramos, que vivemos todos os dias na Cidade: é uma Cidade sofrida, triste, abandonada. Ver. Bernardino, vou lhe responder que não há falta de recursos em Porto Alegre. Nunca a Prefeitura de Porto Alegre teve tanto dinheiro como tem neste momento. Recebe do Governo Federal, entre fundo perdido e financiamentos, cerca de 500 milhões de reais. Nunca Porto Alegre teve tanto dinheiro! E hoje, está revelado aqui, na página 10 do jornal Zero Hora, a matéria que Porto Alegre vende a folha de pagamento dos servidores para o Banco do Brasil, por 80 milhões de reais; são mais 80 milhões de reais entrando em caixa. Então, são 500 milhões do Governo Federal, mais 80 milhões da venda da folha dos servidores; problema de falta de dinheiro não é! E eu sei que já foi vendida, a matéria que está aqui, inclusive, não corresponde aos dados reais: não está em promessa de venda, já foi assinado o contrato, na sexta-feira, não da semana passada, mas da anterior. É mais um volume expressivo de recursos.

Portanto, não é real o fato de Porto Alegre ter falta de dinheiro; falta é competência, falta é acertar uma ação política que faça a Cidade voltar a ter a decência que já teve.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Todeschini, eu sou muito responsável e cuido muito da execução orçamentária, eu gostaria de saber onde estão, de onde vieram, onde foram aplicados os 500 milhões de reais a fundo perdido? Eu gostaria de saber!

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. João Dib, o que eu falei, e o corrijo, é que parte é a fundo perdido para habitação de caráter social; outra parte são recursos já autorizados, e grande parte deles já no caixa para as obras de saneamento do Programa Integrado Socioambiental, para a reforma do Aeroporto, para a Baltazar, e outras obras de infra-estrutura da Cidade. São recursos que chegaram, e estão chegando, na ordem de 500 milhões de reais do Governo Federal, mais 80 milhões da venda da folha dos servidores. O Simpa está presente, que fique atento porque esse não é um negócio que está em estudo, mas já foi assinado. É por isso que temos aqui aquela matéria de David Coimbra: “Esta é a pior cidade de todos os tempos”. E com toda a razão, porque os fundamentos estão aí explicitados.

Então, ficam aqui os registros, porque são fatos muito significativos, agora não ditos por nós da oposição, mas revelados por lideranças do Partido a que pertencia o Prefeito, e pelo jornal Zero Hora, importante jornal, formador de opinião de nossa Cidade e do Estado. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Maria Luiza está com a palavra em Grande Expediente.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Ao cumprimentar a nossa Presidenta, Verª Maria Celeste, cumprimento todos os Vereadores e Vereadoras aqui presentes, o público presente na Casa e nossos telespectadores. Eu gostaria de iniciar, tecendo algumas considerações importantes acerca da recente eleição dos Conselheiros Tutelares do nosso Município. Trago aqui um levantamento com alguns índices de votos da última eleição, na qual tivemos 69.789 eleitores. Como esses eleitores teriam que votar em cinco candidatos da mesma microrregião, e, se votassem em algum candidato de outra microrregião teriam o seu voto anulado, esses índices da votação tiveram o seguinte resultado: 15.650 votos brancos; 118.566 votos nulos.

Não podemos deixar de trazer aqui a importância do fato de ser Conselheiro numa Capital com um milhão e 500 mil habitantes, que trata, sim, de zelar pelas nossas crianças, pelos nossos adolescentes; trata de ter um olhar diferenciado sobre a situação de risco em que se encontram as crianças e adolescentes na cidade de Porto Alegre. Logo, entendo que temos que estar muito atentos nesta Casa, como Parlamentares, pelo expressivo número de votos nulos que tivemos nessa última eleição.

Não podemos deixar de falar aqui sobre a ausência de divulgação do processo eleitoral, que acabou prejudicando a eleição. Precisamos aprofundar o debate e a possibilidade de reavaliar se o voto deve ser individualizado ou regionalizado, diante do expressivo número de votos nulos.

Não podemos deixar de informar e comunicar a muitas pessoas que não têm o conhecimento de que a Corregedoria é o órgão do Conselho Tutelar que acompanha e fiscaliza a atuação de todos os conselheiros em todas as microrregiões da Cidade.

Então, é importante, diante do recente processo eleitoral, que se acompanhe a atuação dos nossos conselheiros na Cidade, porque é um cargo extremamente importante, que lida com situações de risco de crianças e de adolescentes, e nós, que somos eleitores e que vivemos na nossa Cidade, temos o dever e a obrigação de acompanhar a atuação de todos os conselheiros, até porque Porto Alegre avançou e atendeu ao pedido desta Casa numa demanda que vinha sendo trazida há algum tempo,que era a criação de mais duas microrregiões. Então, temos o dever e a obrigação, Ver. Sebenelo, de acompanhar a atuação de todos os conselheiros tutelares eleitos na última eleição.

Aproveito ainda a oportunidade, nesta tribuna, para trazer algumas considerações a respeito de dois Projetos de Lei de minha autoria, que tramitam nesta Casa. Na semana passada, eu me encontrava no meu gabinete e tive a oportunidade de acompanhar as considerações feitas por alguns Vereadores, nossos companheiros aqui desta Casa.

Inicialmente, quero falar do Projeto que trata da criação do Cadastro Único de organizações não-governamentais no Município de Porto Alegre. Esse Projeto tem uma grande simplicidade, pois visa a criar, no Município, o controle do cadastro para as organizações não-governamentais, de forma que as organizações, para se beneficiarem de convênios, terão que estar cadastradas no Cadastro Único do Município. É interessante esclarecer que esse procedimento não interfere em prestação de contas ou outras situações; ele tem o objetivo de cadastrar e de manter em dia o levantamento de todas as organizações, evitando, dessa forma, o apadrinhamento e dando, acima de tudo, transparência ao processo, possibilitando que todos recebam o mesmo tratamento. Em nível nacional, um levantamento recente apurou inúmeras irregularidades nesse setor diante de recursos que foram mal-aplicados. É necessário ressaltar aqui, nesta tribuna, que existem muitas organizações que trabalham com responsabilidade, são organizações que trabalham sério, logo, elas devem ser valorizadas e respeitadas.

Esse Projeto, de minha autoria, em sendo aprovado, na sua operacionalização, vai oportunizar filtrar quem realmente está trabalhando sério. Quanto ao formulário, Ver. João Dib, anexado ao Projeto, que trata do cadastramento das ONGs, é sugestivo e não impositivo.

Quanto ao outro Projeto de minha autoria, que institui, no Município de Porto Alegre, o serviço de cremação de cadáveres e restos mortais nos cemitérios públicos, considero importante, pois, quanto à colocação do Ver. João Dib, na semana passada, com referência à Lei nº 3.120, de 21 de dezembro de 1967, é importante considerar, Ver. Dib, que é uma Lei com mais de 40 anos. Então, por ser uma legislação com mais de quarenta anos, a minha assessoria jurídica discutiu por diversas vezes com a Diretoria Legislativa desta Casa este assunto, pois, primeiramente, Ver. João Antonio Dib, eu entrei com um Projeto, propondo uma alteração desta Lei e isso foi discutido inúmeras vezes. Chegou-se à conclusão de que o melhor seria fazer uma lei nova. E assim eu procedi, em cima de uma orientação da própria Diretoria Legislativa.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Maria Luiza, o problema deste País não é a falta de leis, mas a falta de cumprimento das leis. A Lei que em 1967 instituiu a cremação e os crematórios nos cemitérios de Porto Alegre está em vigor, não haveria a necessidade de uma nova lei. Foi isso o que eu disse, não há por que fazer uma nova lei. Nós não precisamos de mais leis: nós precisamos que as leis sejam claras, precisas, concisas e cumpridas. Se não forem cumpridas as leis, não adianta nada! V. Exª está dando um exemplo: é de 1967, mas, até certo ponto, ela foi cumprida, porque os crematórios que estão aí foram na base da Lei de 1967.

 

A SRA. MARIA LUIZA: Obrigada, eu agradeço e, mais uma vez, digo, aqui, que, como sou uma Parlamentar nova nesta Casa, eu procuro sempre orientação da Diretoria Legislativa, e assim o fiz, conforme orientação.

Eu quero dizer, também, que esta Lei tem em seu escopo principal permitir que as famílias carentes dêem destinos mais dignos aos restos mortais de seus familiares.

Hoje, para vocês terem uma idéia, a Prefeitura Municipal realiza o Enterro do Pobre de forma digna, no entanto, não são permitidos a essas famílias os atos fúnebres de despedidas de seus entes queridos.

 É importante considerar, Ver. João Antonio Dib, que o Município dispõe de três ou quatro cemitérios públicos: um, no Morro do Osso, completamente cheio; outro, em Belém Velho; outro, em Belém Novo; e, por fim, o Cemitério São João, no Bairro IAPI, que, também, há muitos anos, está com a capacidade de sepultamento zerada para casos novos. Resta, então, o Cemitério do Campo Santo da Santa Casa, onde os corpos são enterrados no solo e os enterros são realizados, de segunda à sexta-feira, sem os familiares terem o direito a velar os seus entes queridos.

Aliás, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, nos dias de hoje, o enterro no solo fere os princípios do meio ambiente. É importante considerar que os cemitérios podem ser fontes geradoras de impactos ambientais. Em pesquisa recente realizada em mais de 780 cemitérios no País, foram apontadas situações de irregularidades no processo de sepultamento e nas maneiras de lidar com os resíduos provenientes da decomposição dos corpos.

Não poderia deixar de colocar aqui que é extremamente importante que todos os Parlamentares realizem a relação de empatia, que é poder se colocar no lugar do outro. É preciso procurar conhecer a dura realidade enfrentada pela população pobre, quando se depara, principalmente, com os custos de um enterro. Talvez muitos não tenham conhecimento, mas, para vocês terem uma idéia, o enterro mais em conta, hoje, sai em torno de um mil e 200 reais; o aluguel de um local no cemitério custa em torno de 620 reais e, a cada três anos, deve ser renovado. E não podemos deixar de levar em conta que são inúmeras as famílias com poder aquisitivo baixíssimo, que, quando se deparam com um enterro de um ente querido, têm que entrar em sistema de financiamento, e acabam, muitas vezes, por mais de dois ou três anos, tendo que pagar um valor que, realmente, essas famílias não comportam, não têm condições de pagar.

Para finalizar, quero citar aqui o exemplo que trouxe o nosso querido Ver. Guilherme Barbosa, quando, na semana passada, se pronunciou em relação a este Projeto, dizendo que, quando ele morrer, um de seus desejos é ser cremado. Eu gostaria de dizer que esse deve ser o direito de toda a população e, principalmente, da população mais carente, Ver. Guilherme Barbosa, porque uma cremação hoje não sai por menos de 3 mil reais. Então, eu peço atenção, e conto com a atenção de todos os Vereadores desta Casa, para que a gente possa, realmente, aprofundar essa discussão e contribuir, de fato, com as pessoas que mais precisam na nossa Cidade. Eu fico muito agradecida. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Maria Celeste; Vereadores e Vereadoras, senhoras e senhores, primeiro quero registrar que falo em nome do Ver. Adeli Sell, nosso Líder, que está, junto com o Ver. Luiz Braz, em Florianópolis, representando esta Casa no lançamento do Pacto de Mobilidade Urbana, tentando garantir uma Emenda ao Plano Plurianual, para que se consigam recursos para a implantação da primeira fase do metrô em Porto Alegre, conforme o Kasper nos colocou aqui na semana passada. Nós desejamos sucesso aos nossos dois Vereadores, e eu desejo, também, que lá estejam representantes da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Depois, gostaria de protestar contra o desgaste que vem sofrendo a TVE no Rio Grande do Sul, o que certamente vai culminar com a sua extinção, num plano diabólico da Governadora Yeda, que já reduz o orçamento da TVE, já não a mantém, está sem dinheiro para a manutenção, sem programas - muitos programas já foram destruídos, como o Hip Hop Sul, e tantos outros -, e a TVE está sem sinal para muitas cidades do Interior. Acredito - e a nossa Bancada também - que as tevês estatais têm uma função muito importante, qual seja a de resgatar, de restaurar a verdade, de estabelecer o contraponto e dar sempre os dois pontos de vista.

Gostaria também de falar sobre matéria do jornal Zero Hora de 5 de outubro - o Ver. Todeschini e o Ver. Marcelo já colocaram isso -, quando várias Lideranças do PPS dão a sua palavra sobre a saída do Prefeito Fogaça. E eles dizem aquilo que nós já dizíamos aqui: que o atual Prefeito não tem gosto pelo Executivo, não tem gosto pelo trabalho, não se entusiasma jamais com as questões e as funções do Executivo; constrange ex-companheiros, muda de Partido, como disse o Ver. Marcelo, e viaja; muda de Partido e se esconde; muda de Partido e não responde ao repórter do jornal Zero Hora para fazer o seu contraponto.

Nós temos multo orgulho de poder contar este ano com dois Vereadores de grande talento e que aperfeiçoam a performance da nossa Bancada, que são os Vers. Guilherme Barbosa e Marcelo Danéris. E o Marcelo disse: “É um Prefeito sem projeto”, porque ele disse que ia manter o que estava bom e mudar o que precisava, e não fez isso; sem Partido, porque ele mudou apenas por uma conta, uma vantagem pessoal, talvez porque o PMDB tenha mais espaço na televisão; sem palavra, porque muitas vezes disse que não sairia do PMDB, não iria para o PPS; depois, que não sairia do PPS, e acabou indo para o PMDB. Quando perdeu a eleição para o Senado disse que jamais concorreria novamente. Então: sem palavra! A maior autoridade do Município dá esse mau exemplo para a cidade de Porto Alegre!

Por fim, quero convidar, mais uma vez, todas as pessoas de Porto Alegre para exatamente no dia de hoje, 8 de outubro, participarmos de uma palestra sobre Che Guevara, no auditório Dante Barone e, depois, de um espetáculo muito emocionante. Tenho certeza de que todos sairemos comovidos, porque contará com grandes músicos, como Carlos Cachoeira, Leonardo Ribeiro, Raul Ellwanger, Nei Lisboa, que, além de terem talento, Ver. Todeschini, têm uma visão de mundo, têm uma visão que propugna a igualdade entre as pessoas, apesar de qualquer condição.

Então, esta é uma homenagem que Porto Alegre faz, juntando todas as esquerdas, ao nosso querido Comandante Che Guevara. E eu aconselho aos seus detratores, inclusive aqui desta Casa, que, antes de falar, leiam, por exemplo, Jon Lee Anderson, um jornalista norte-americano convidado para o seminário neoliberal Fronteiras do Pensamento, que faz uma biografia, a melhor biografia de Che Guevara, que eu já li há dez anos, e estou relendo. Ou que leiam, como foram lidos aqui, alguns trechos do Flávio Tavares, que, hoje, eu não considero mais de esquerda, mas que tem uma visão justa em relação ao Comandante Che Guevara.

Então, nesse sentido é que nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, estamos convidando a população de Porto Alegre, e dizendo, com muita sinceridade e sobretudo com muita convicção: hasta siempre, Comandante! Obrigada. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6340/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 187/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que inclui no Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre a Romaria da Paróquia Nossa Senhora Medianeira, a ser realizada anualmente, no segundo domingo do mês de novembro.

 

PROC. Nº 6608/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 195/07, de autoria do Ver. Elias Vidal, que  institui, no Município de Porto Alegre, o Espaço Cultural de Rua e dá outras providências.

 

PROC. Nº 6826/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 203/07, de autoria do Ver. José Ismael Heinen, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Cláudio Umberto Sauter.

 

PROC. Nº 6880/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 205/07, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que denomina Rua Renato Souza o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 7057 – Loteamento Hípica Boulevard. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7047/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 211/07, de autoria do Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Carlos Casses Presser.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4597/06 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que altera a ementa e o art. 1º, “caput” e §§ 1º, 2º e 4º, e acrescenta art. 1º-A na Lei  nº 4.555, de 30 de abril de 1979, e alterações posteriores, aumentando o número de licenças concedidas pelo Executivo Municipal para o exercício do comércio ambulante em veículos ou “stands” padronizados para o conserto de fechaduras, serralharia de chaves e despachantes ambulantes e dando outras providências, ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO  Nº 198/06, de autoria da Verª Maristela Meneghetti.

 

PROC. Nº 4804/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 157/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que obriga a previsão de soluções que permitam a instalação de sistemas termossolares para aquecimento de água nos projetos de construção de unidades habitacionais populares decorrentes de programas habitacionais implementados pelo Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB -,  como alternativa ao uso de chuveiros elétricos  nessas unidades.

 

PROC. Nº 4887/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 161/07, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua Mário Jarros o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 2913 – Loteamento Verdes Campos -, localizado no bairro Mário Quintana. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 5321/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 173/07, de autoria da Verª Maristela Maffei, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Frei Albano Roberto Bohn.

 

PROC. Nº 6203/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 183/07, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Cel. Irani Flôres de Siqueira.

 

PROC. Nº 6798/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Irmão Modesto Girotto o logradouro não-cadastrado, conhecido como Praça 1 – Vila Nova Santa Rosa -, localizado no bairro Rubem Berta. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1762/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO  Nº 055/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que institui o serviço de cremação de cadáveres e restos mortais nos cemitérios públicos do Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. Nº 4780/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 150/07, de autoria da Verª Maria Luiza, que cria o Cadastro Único de Organizações Não-Governamentais, que habilita as organizações não-governamentais (ONGs) a participarem de convênios, parcerias ou programas que gerem repasses de recursos financeiros do Município sem a realização de procedimento licitatórios, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 5362/07 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 022/07, de autoria do Ver. Carlos Todeschini, que altera o inc. I do art. 82 da Lei Complementar nº 7, de 7 de dezembro de 1973 – Código Tributário Muncipal -, e alterações posteriores, alterando a data referencial para o pagamento, em parcela única, com redução de 20% (vinte por cento), do valor do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU), da  Taxa de Coleta de Lixo (TCL) e do Imposto sobre  Serviços de Qualquer Natureza relativo à prestação de serviços sob a forma de trabalho pessoal do próprio contribuinte (ISSQN-TP).

 

PROC. Nº 5703/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 200/07, de autoria do Ver. Mário Fraga, que torna obrigatória a avaliação de conhecimentos sobre a Lei Federal nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), e alterações posteriores, nos concursos públicos para cargos de provimento efetivo na área de educação, no âmbito do Executivo Municipal, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 6737/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO  Nº 196/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Praça Padre José Kentenich o logradouro público cadastrado, conhecido como Praça 5042, localizado no bairro Hípica. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 6784/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 199/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que denomina Rua Humberto Cadaval o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua B – Estrada Afonso Lourenço Mariante -, localizado no bairro Lomba do Pinheiro. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

5ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6972/07 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA Nº 004/07, de autoria da Mesa Diretora, que inclui §§ 1º e 2º no art. 49 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e revoga o art. 23 do Ato das Disposições Orgânicas Gerais e Transitórias da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, determinando a garantida, pelo Município, da manutenção da entidade de assistência à saúde, mediante a participação de seus servidores, e definindo a forma de composição da direção dessa entidade.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, em discussão preliminar de Pauta, quero fazer um comentário em relação a um Projeto do Legislativo, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que coloca no Calendário Oficial de Eventos de Porto Alegre a Romaria da Paróquia Nossa Senhora Medianeira. Então, é a oficialização de um evento que já acontece, e eu imagino que o Ver. Nereu respeite todas as religiões, sobretudo as cristãs e as afro-descendentes, porque ele colocou no Calendário Oficial a Festa da Mãe Oxum, precisamente no dia 08 de dezembro, quando aquela comunidade se cotizou e construiu uma escultura a essa homenagem.

Também há uma idéia, uma sugestão do Ver. Elói Guimarães, para conceder o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Cel. Irani Flôres de Siqueira. O Coronel Irani, como disse também o Ver. Guilherme, é um militar que faz as boas relações, as mediações entre os Poderes, para que sejam autônomos e independentes, e, certamente, ele merece essa comenda, esse reconhecimento da cidade de Porto Alegre.

A Verª Maria Luiza cria o Cadastro Único de organizações não-governamentais, que habilita as ONGs a participarem de convênios, parcerias ou programas que gerem repasses de recursos financeiros do Município. Eu acho que esse Projeto da Verª Maria Luiza é importante. Nós temos que compreender que há uma CPI tramitando, ou vai começar, na Câmara Federal, em relação ao trabalho que fazem as ONGs e também se elas devem substituir ou não o trabalho do Executivo. Eu acho que isso deverá vir à tona, pois o que eu acho errado é que o Governo da Yeda Crusius está transferindo os serviços e as funções que deveriam ser prestadas pelos trabalhadores, pelos funcionários públicos estaduais para as OSCIPs, que são uma versão, talvez, um pouco diferente das ONGs.

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte?

 

MARGARETE MORAES: Pois não, com todo o prazer.

 

A Srª Sofia Cavedon: Verª Margarete, eu faço uma observação: para fins de convênios, hoje, na área da criança e do adolescente, da Assistência Social e da Educação, nós temos conselhos que fazem um cadastro vivo, um cadastro orgânico, sistemático, com visitas de Comissões, como o CMDCA, o CMAS. Então, nós temos que ter cuidado em relação a esse Projeto, porque um mero cadastro não garante funcionamento e idoneidade. E, apesar do cadastro, nós não podemos abrir mão dos processos de licitação, dos processos públicos e transparentes de escolha das instituições. Obrigada pelo aparte.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Com certeza! Trata-se apenas de um cadastro, porque já existe esse controle que vem das entidades ligadas à criança e ao adolescente na nossa Cidade. Talvez o cadastro possa ser mais um elemento para esses Conselhos que já existem.

Por último, quero voltar ao Projeto do Ver. Carlos Todeschini que altera a data do pagamento do IPTU com desconto - em vez de ser a última data o primeiro dia do novo ano, passaria a ser o quinto dia útil do próximo ano.

Como eu já disse anteriormente - e acho que é importante repetir, porque nem todas as pessoas assistem à TVCâmara todos os dias - é um Projeto que parece singelo, mas que vai fazer bem ao contribuinte da cidade de Porto Alegre, pois geralmente o funcionário público no Estado vem recebendo atrasado, inclusive, e que vai fazer bem ao Município de Porto Alegre, porque vai arrecadar mais se essa possibilidade acontecer até o quinto dia útil.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Agradeço pelo aparte. Na verdade, eu só gostaria de contribuir, dizendo que esse Projeto não tem por finalidade tirar as atribuições dos conselhos, até porque os Conselhos Municipais são uma consagração da Lei Orgânica da Assistência Social, que legitima e que institui os Conselhos. Obrigada.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada. Porque, se fosse para interferir nas atribuições dos Conselhos, seria um projeto totalmente inócuo. Eu imagino que ele possa vir para contribuir com o trabalho dos Conselhos no sentido de transparência, de esclarecimento - que são princípios da coisa pública. Obrigada, Verª Maria Celeste.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras e assistência desta Sessão, eu também venho aqui para aproveitar este momento de Pauta a fim de publicizar o PLCL nº 022/07, de nossa autoria, que altera o inciso I do art. 82 da Lei Complementar nº 07, 07 de dezembro de 1973 - Código Tributário Municipal -, e alterações posteriores. O objetivo - e agradecendo já aqui a manifestação da Verª Margarete Moraes - é muito simples: é estender o prazo do pagamento, com os benefícios de desconto do IPTU, até o quinto dia útil do ano subseqüente. Por que isso? Porque a grande massa dos assalariados - da iniciativa privada e também de parte importante dos funcionários públicos - recebe, legalmente, até o quinto dia útil de cada mês. Portanto, as pessoas têm o desejo, querem pagar, e, muitas vezes, não têm a disponibilidade do recurso, e, por isso, para poderem usufruir do benefício, têm que recorrer ao capital financeiro, pagando juros - que não são nada suaves - ou acabam postergando o pagamento para outros períodos, então, com o valor cheio. Isso faz com que diminua a velocidade e a arrecadação do Município. Essa medida, que me foi sugerida por um grupo de cidadãos de Porto Alegre, vem exatamente para auxiliar a Administração, para facilitar a possibilidade do pagamento daqueles que desejam fazê-lo.

Quero fazer uma menção especial ao Sr. Vicente, da Coolméia, que foi a pessoa que me procurou e sugeriu que fizéssemos este Projeto de Lei. Tenho recebido inúmeros apoios, inúmeras manifestações de que é, sim, um Projeto, ainda que muito simples, muito bem-vindo, porque interessa à comunidade, aos contribuintes - em especial aos assalariados - e também é muito bom para a Fazenda do Município, porque facilita e pode tornar mais eficaz a arrecadação.

Agradeço pela atenção dos caros colegas Vereadores, das Vereadoras, porque este é um Projeto que pode ser votado, se tramitar com a celeridade possível, até o fim do ano; e, dessa forma, as pessoas poderão usufruir o benefício já no próximo exercício, na virada de 2007 para 2008, no sentido de confortar, no sentido da possibilidade do exercício dos deveres do cidadão, e da possibilidade, também, de arrecadação por parte da Prefeitura, que deve fazer o seu papel, pois é da sua natureza. Muito obrigado pela atenção de todos os Vereadores e Vereadoras.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta da nossa Câmara, mui digna Verª Maria Celeste; nobres Pares Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste; quero comentar dois Projetos: um é o Projeto de Lei do Legislativo em que estamos propondo a concessão de título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Cláudio Umberto Sauter, empresário de reconhecida capacidade de nossa Porto Alegre, empresário afeito à ajuda social, quer dizer, juntamente com o crescimento das suas empresas, cresce o leque de projetos maravilhosos. Então, temos certeza de que a nossa Casa vai dar sua homenagem a esse cidadão, por unanimidade, devido aos serviços e trabalhos que presta no atendimento às pessoas idosas do Asilo Padre Cacique. Há crianças necessitadas também num colégio em que tive a oportunidade de, pessoalmente, ver o carinho com que ele as acolheu para as realizações festivas da Semana Farroupilha; um sopão com mais de 16 mil pratos de sopa na Restinga para as pessoas necessitadas; afora um trabalho diário e concomitante na ampliação de sua empresa, com mais empregos para o povo de Porto Alegre. Ele também se preocupa, o que é muito necessário, com a parte social.

Quero também aqui comentar o Projeto de Lei proposto pela colega Verª Maria Luiza. Chama-me a atenção que seu Projeto obriga a previsão de soluções que permitam a instalação de sistemas termossolares para aquecimento de água nos projetos de construção de unidades habitacionais populares - foi o que mais me chamou a atenção: populares - decorrentes de programas habitacionais implementados pelo Departamento Municipal de Habitação - DEMHAB. Eu acho que, no nosso País, o PAC, que não sai do papel, programa de crescimento da infra-estrutura do nosso País, teria que olhar com muito carinho o aproveitamento do que a nobre Vereadora está propondo para habitações populares. Hoje, nós sabemos que com o desenvolvimento da engenharia, a energia solar adaptada às nossas edificações, torna um projeto bastante oneroso, devido à falta de incentivo governamental para o desenvolvimento orientado rumo à captação da energia solar. Isso será, com o tempo, necessariamente, uma alternativa que não podemos deixar de explorar. Está faltando vontade política para que se aprimore essa captação da energia solar, que não deveria ser utilizada somente em habitações populares - o que as encareceria -, mas, também, em megaedifícios, naqueles que têm mais recursos. Hoje a exploração da energia solar ainda é antieconômica, ainda mais nos projetos de habitação popular, como aqui está proposto.

Mas, enfim, a Vereadora está propondo uma alternativa para retardarmos o aquecimento do nosso globo terrestre, de fazermos com que ele seja diminuído, e, se nós pudermos aproveitar a energia solar, com certeza, estaremos-nos utilizando menos das hidroelétricas, e, principalmente, das minas de carvão que oneram muito o nosso meio ambiente.

Então, esses dois Projetos têm a minha simpatia pelo inusitado de lembrar que existe uma maneira de buscar energia solar para evitar o aquecimento global, inclusive podendo substituir a energia que alimenta os chuveiros elétricos e a iluminação de casas e prédios. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu realmente estou encontrando algumas dificuldades de analisar os projetos em Pauta. Eu acho que a Pauta é um momento muito importante. Eu analisei, na quinta-feira, o PLL nº 055/07, da Verª Maria Luiza, que institui o serviço de cremação de cadáveres e restos mortais nos cemitérios públicos do Município de Porto Alegre e dá outras providências. Eu disse que era uma lei desnecessária, até porque eu trouxe ao conhecimento da Casa que no dia 21 de dezembro de 1967 foi editada a Lei n° 3.120, que institui a prática de cremação de cadáveres e incineração de restos mortais e dava outras providências, e que fala até no caso dos indigentes. Então, eu não entendo por que se faz uma lei, até porque não foi revogada a lei anterior; quer dizer, vamos ter duas leis tratando de cremação e nenhuma respeitada. Não, não pode ser assim!

Eu já disse aqui que o país mais corrupto é o que tem o maior número de leis. Antes de Cristo diziam isso, não fui eu quem disse, eu li. A lei inócua é a que mais prejudica a boa lei, e o excesso de leis faz com que nós não tenhamos mais condições de saber o que é lei e o que não é lei. Depois da Constituição Brasileira de 1988 foram editadas mais de um milhão de leis, normas, decretos e regulamentos em todo o País - União, Estados e Municípios. E se somassem todas as leis editadas ao longo desses quase 20 anos e reduzissem os dez mandamentos da Lei de Deus, ganhava os das leis. Então, nós precisamos ser sérios; precisamos ser responsáveis.

Eu faço a crítica que entendo ser construtiva, não estou apenas criticando porque a Verª Maria Luiza faz uma série de leis, uma atrás da outra. Nós não estamos precisando de leis; nós precisamos respeitar as leis existentes, nós precisamos acompanhar a execução orçamentária, nós precisamos saber que o Município está arrecadando 8% menos do que está previsto. Oito por cento menos! Isso é mais importante do que fazer lei para crematório, porque já existe a lei. Se eu for fazer uma lei para que deixem reservas para instalar a energia solar, é melhor instalarmos logo a energia solar - é certo que vai haver energia solar utilizada -, mas se apenas deixarmos a espera para a sua instalação, ela terminará não sendo instalada, apesar do custo baixo. Então, eu não sei por que eu não posso dar a minha colaboração, não posso usar a experiência que eu tenho, porque a Vereadora fica contrariada. Eu fico muito triste, eu gosto muito dela, eu a acho uma moça dedicada, esforçada, que faz uma quantidade insana de leis, uma quantidade muito grande de leis, e eu não tenho por que não dar a minha contribuição.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, eu agradeço pelo aparte. Quero dizer que todas as críticas são bem-vindas, não há problema nenhum, tenho um carinho especial por V. Exª E se há um número elevado de projetos da minha parte, é que eu tenho procurado colocar projetos que realmente dêem um resultado positivo para população da nossa Cidade. Eu estou procurando dar a minha contribuição e não se intimide de forma alguma. Eu tenho levado as suas considerações pelo lado da crítica construtiva.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu quero dizer, Verª Maria Luiza, que eu respeito o trabalho de todos, mas nós temos um excesso de leis, nós não podemos fazer leis a respeito de INSS, nós não temos condições para fazer isso; nós não temos condições de fazer leis que já existem. Eu fico muito triste, mas eu não posso deixar de me pronunciar. Se eu faço questão de discutir a Pauta e venho cedo a todas as Sessões Ordinárias da Casa, eu acho que eu tenho de dizer o que penso. Um outro Projeto de que eu falei aqui, da espera para fazer a instalação de energia solar, é melhor fazer logo, senão, não será feita. Então, é tudo uma questão de aproveitar o momento e fazer a lei certa na hora certa. Agora, não dá para fazer uma Lei - e aí eu me admiro da Procuradoria da Casa não ter levantado o problema - que já existe. Os crematórios existem e estão na base da Lei para entidades religiosas, para cemitérios públicos, para qualquer situação. Eu não inventei a Lei, ela foi sancionada em 1967 pelo Prefeito Célio Marques Fernandes, e acredito que a iniciativa dessa Lei tenha sido do então Vereador Adel Carvalho; eu não a inventei. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, dos Projetos que estão em Pauta, hoje, quero continuar o debate a respeito do Projeto da Verª Maria Luiza, que obriga a previsão de soluções que permitam a instalação de sistemas termossolares para aquecimento de água nas habitações populares.

Ela é uma boa iniciativa, Ver. Dib, porém, Verª Maria Luiza, há uma outra agenda a percorrer antes dessa. E quero trazer, aqui, uma sugestão para o debate. Não são só os equipamentos de aquecimento solar que precisam ser implementados em Porto Alegre; temos de implementar toda a política de reaproveitamento das águas; temos de implementar toda a política da reciclagem dos materiais de construção, que hoje vão fora e que servem para construir habitações populares. Mas há um problema - Ver. Guilherme Barbosa, que foi Secretário da SMOV: temos que trabalhar o Código de Edificações da cidade de Porto Alegre para permitir que os técnicos do Governo Municipal - tanto os da Secretaria do Planejamento, quanto os da SMOV - analisem e aprovem os projetos com essas tecnologias.

Verª Maria Luiza, proponho um desafio: que V. Exª apresente um projeto de habitação popular para ser aprovado com essa tecnologia. Não será aprovado pela SMOV, porque não há essa qualificação tecnológica dentro do nosso Código de Edificações.

Portanto, temos que percorrer esse caminho: pegarmos o Código de Edificações e adequá-lo às tecnologias brandas, ou seja, ao aproveitamento de energia solar; ao reaproveitamento da água, dos materiais de construção, e outros.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero informar a V. Exª que a SMOV aceita a energia solar utilizada em residências sem nenhum problema, até em edifícios. Não tem nenhum problema.

O Projeto dela, nesse sentido, está bom. Apenas, eu não colocaria a espera, eu proporia que se colocasse a instalação toda.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Eu iniciei, dizendo que a iniciativa é boa. Porém, eu volto a dizer, aqui, não é um Projeto de Lei que vai fazer com que isso se torne uma realidade. É uma política municipal dirigida para que Porto Alegre, por exemplo, se adapte ao Protocolo de Kyoto. O Protocolo de Kyoto já tem vários anos de existência, e Porto Alegre ainda não se adequou a ele. O que diz o Protocolo de Kyoto? Diz que os Municípios, os Departamentos, os Estados e a União elaborem as suas políticas para a redução dos conflitos ambientais, principalmente a redução da emissão de CO². Bom, se nós utilizarmos energia solar, se nós reaproveitarmos a água, se nós reciclarmos os materiais de construção, tudo isso vai auxiliar na qualificação ambiental da Cidade.

Por isso eu volto a dizer que o nosso Código de Edificações precisa ser readequado na sua totalidade, para que não se precise fazer uma via-sacra nos projetos, dentro da Secretaria de Obras e Viação, do Planejamento e do Meio Ambiente, para serem aprovados. Sabe qual é a maior dificuldade que têm os empreendedores hoje, e de quem quer fazer a regularização fundiária? É a aprovação dos seus projetos, porque há projetos que vão de uma Secretaria para a outra, e não resolve o tema.

 

A Srª Maria Luiza: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço pelo aparte, e quero dizer que é extremamente importante aprofundar a discussão; mas este Projeto, no meu entendimento, Ver. Comassetto, é extremamente importante, no sentido de que ele sendo aprovado, as novas edificações realizadas pelo Departamento Municipal de Habitação, do nosso Município, já estarão contemplando esse novo sistema.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Quero dizer, aqui, Verª Maria Luiza, que quando eu iniciei, disse que tenho acordo com o Projeto, e nós temos que fazer com que todas as habitações se adequem às tecnologias brandas, e, quero dizer ao Ver. Ismael Heinen, que veio aqui fazer uma crítica ao PAC, o seguinte: que, hoje, nunca se teve tanto investimento para habitação popular como está havendo pelo Governo Federal, pelo Governo do Presidente Lula, pelo Ministério das Cidades, e que projetos como esses são bem-vindos e aceitos, Ver. Ismael. V. Exª tem que calibrar, aqui, o que o Governo Federal está fazendo para os Municípios. Só nesta Casa nós aprovamos, sabe quantos? Quatrocentos e um milhões, do Governo Federal, destinados ao saneamento e habitação, via Ministério das Cidades. Muito obrigado, senhores e senhoras.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Encerrada a discussão da Pauta.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª Presidenta da nossa Casa, nobres colegas Vereadores, iria tecer uma outra consideração, mas já que o meu colega jogou a linha para mim, vamos lá.

Eu não fico nenhum pouco estarrecido, dizendo que o PAC está desmanchando. O PAC hoje está sendo um represamento do dinheiro público, tirando de circulação o dinheiro, sendo colocado num cofre que não sei de que tamanho está. Porque só liberam dinheiro para o PAC no momento de aprovar projetos, no momento de aprovar CPMF, e em épocas de eleições? Não tem nem 20%, até hoje, liberado do que deveria para infra-estrutura. Quem está falando isso, Ver. Comassetto, é o próprio Presidente Lula que está reclamando da burocracia; depois de cinco anos ele chegou à conclusão de que a burocracia do Brasil está demais! Mas tudo bem!

Mas eu quero trazer hoje é que quando nós falamos aqui, na época em que a Comissão de Anistia concedeu uma indenização estapafúrdia ao Sr. Lamarca, quando nós aqui criticamos a concessão, naquela época, que era a pior de todas as indenizações que foram dadas, eu disse, naquela época, que nós não temos nada a ver com que aconteceu há vinte e tantos anos; são nossos filhos que estão pagando os impostos, estão pagando caro para indenizar essas coisas malucas. Mas a Juíza concedeu. Só que eu acho que teria de ter sido obrigação da União recorrer, mas quem teve que recorrer foram as entidades privadas.

A Juíza Claudia Maria Ferreira Bastos Neiva, coitada, vai levar bomba de tudo que é lado, pois deu uma liminar suspendendo, de ofício, a Portaria nº 1.267/07, em que o Ministro da Justiça concedia o pagamento, vejam os senhores, de mais de 900 mil reais, e mais 12 mil por mês. A Juíza argumentou que Lamarca não tem direito aos benefícios, porque desertou da Força e não foi atingido por atos de exceção, consubstanciados em atos institucionais ou complementares. Hoje tivemos aqui uma homenagem a Che Guevara; eu disse que esse eu respeito, porque não desertou, apenas se somou à luta; mas tudo bem!

A juíza argumenta mais ainda (Lê.): “Sua exclusão das Forças Armadas decorreu de abandono do 4º Regimento de Infantaria de Quintaúna, (...) que inclusive propiciou a caracterização como crime de deserção”. A Juíza que se refere ao militante como capitão Carlos Lamarca, diz que a situação de risco é patente, com viabilidade de grave lesão aos cofres públicos, em razão de pagamentos mensais no montante recebido pelo General-de-Brigada e de parcela única equivalente a R$ 902.715,97, isentos do Imposto de Renda”.

Não é só o Lamarca; inclusive o Presidente da República também se auto-isentou do pagamento do Imposto de Renda por uma indenização semelhante.

Agora, o que mais me chamou a atenção - e se pegarem o nosso discurso que falamos na época - é o que a Juíza coloca aqui também como justificativa; diz ela (Lê.): “É altamente questionável a ação política de alocação de receitas para pagamento de valores incompatíveis com a realidade nacional, em uma sociedade carente de Saúde pública em padrões dignos, (...) deficiente em Educação pública (...) e na área de Segurança, sempre com a alegação de ausência de disponibilidade financeira. Todavia, é um Estado que prioriza seus escassos recursos para pagar indenizações dissociadas do quadro socioeconômico do povo brasileiro”.

Para mais surpresa ainda, a Presidente do Tortura Nunca Mais, Cecília Coimbra, tenta colocar, infelizmente, que a liminar reflete um “espírito revanchista e vingativo de militares, passados tantos anos. É lamentável, porque não se produz democracia assim. Que lógica é essa que preside a cabeça de alguns militares? É uma mentalidade tacanha, conservadora...”

Meus amigos, recorrer à Justiça é revanchismo ou é revanchismo o que está acontecendo, usando dinheiro público para dar para uma certa patota de brasileiros se locupletaram do imposto pago com tanta dificuldade pelo povo brasileiro? Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; senhoras Vereadoras, senhores Vereadores, público que nos assiste pela TVCâmara, público presente aqui nas galerias. Falo pela Bancada do PDT, na nossa forma de rodízio dentro da nossa Bancada, mas represento aqui o Ver. Nereu D’Avila, a Verª Neuza Canabarro, o Ver. Ervino Besson, o Ver. Márcio Bins Ely. Uma saudação especial ao pessoal do Porto Seco, que está aqui na sua luta diária, aqui na Câmara; da APS, lutando pelo Acesso Norte, também é uma das lutas da nossa Cidade, e este Vereador deseja boa-sorte para vocês, e podem contar com ele. Também saudamos o pessoal do PSF, que está aqui na Câmara hoje, na sua luta também, depois que foi feito um novo contrato junto à Secretaria Municipal de Saúde, também na sua luta, que é válida, e é preciso falar com todos os Vereadores para que possam vocês ter êxito nessa luta, que é a Emenda - se não me engano - n° 05.

Mas eu venho falar hoje sobre um lançamento que teve na nossa Cidade, na cidade de Porto Alegre, quando o Prefeito José Fogaça lança hoje o “Novos Caminhos Rurais”, Ver. Guilherme Barbosa, V. Exª me conhece muito bem, sou daquela Região, principalmente nós três Vereadores aqui, não desfazendo dos demais, mas eu, o Ver. Carlos Comassetto e Ver. Ervino Besson, que inclusive estávamos lá hoje com o Vereador representando o Ver. Ismael. Mas hoje foi o lançamento, inclusive o nome do César Pastro está aqui na minha leitura, de que vou fazer referência, com certeza, porque nós não podemos falar em Caminhos Rurais e não falar no César Pastro. E eu faço aqui referência, já que falei no César Pastro, cujo nome está aqui; falo no Antonio Bertaco; César, falo no César Pastro, no Luiz Carlos, o Cal, na Alessandra Malinski, e no Oscar Pelicioli. Nossos parceiros, todos nossos conhecidos, independentes de Partido ou não, pessoas que lutam pela nossa Região. E hoje o Fogaça, que é o nosso Prefeito, faz esse lançamento dos Novos Caminhos Rurais, com 41 parcerias. É um povo meio desassistido, meio abandonado naquela Região, que é a 30Km daqui da Câmara Municipal de Porto Alegre - chega a dar 30km até lá, Ver. Brasinha. Mil e onze dias do Governo Fogaça, e o Governo Fogaça faz isso, que no outro Governo não existia, dessa maneira, como foi feito hoje. E a Secretária Ângela Baldino, que está se esforçando ao máximo, diria uma palavra nossa, da gíria, está “se matando”, pela Secretaria de Turismo, que foi criada aqui conosco na semana passada, hoje faz esse lançamento dos Caminhos Rurais em 41 localidades do Extremo-Sul. Às vezes, César, as pessoas dizem: “Ah, tu moras na Zona Sul”. Não, eu moro no Extremo-Sul, eu moro no Belém Novo, para minha felicidade.

Eu quero dar os parabéns à Ângela Baldino e ao Prefeito Fogaça, que tiveram a coragem de colocar esse processo em andamento.

Eu também quero falar um pouquinho, Ver. Haroldo de Souza, sobre o Conselho Tutelar. Todos falaram aqui, senhoras e senhores, que o poder econômico elegeu isso e elegeu aquilo. Sempre foi assim, ou foi a primeira vez? Para a minha infelicidade, eu, que não tenho poder econômico, não consegui eleger meu irmão, que foi afastado pela Lei de Nepotismo, aqui desta Casa, que pagou pelos justos, assim como os justos pagam pelos pecadores. Agora, concorreu ao Conselho. Será que, se ele se elegesse, eu teria esse poder econômico? Ou será que eu não gostaria de ter eleito meu irmão, Ver. Nereu D’Avila? Com certeza, teria, mas eu não tenho esse poder econômico, e não acho que foi isso que o fez perder. Eu lutei bastante, ele fez 1.085 votos na nossa chapa, e eu dou os parabéns a ele pelas amizades que ele teve. Mil e oitenta e cinco votos, quando o voto não é obrigatório, num domingo de sol, não é fácil.

E o nosso PDT, Ver. Nereu D’Avila, agora sofre este baque, porque nós, do PDT, estávamos fechados com José Fogaça, do PPS; hoje José Fogaça já não está mais no PPS, está no PMDB, mas este Vereador, principalmente, tinha uma relação muito forte com a Bancada do PPS, em especial com sua Líder, Verª Clênia Maranhão. Então, nós estamos em um período de estudo e pensamento, principalmente este Vereador, que é Vice-Líder desta Casa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação o acordo firmado pelas Lideranças da Casa: PLE nº 017/07; PLL nº 070/07; Requerimento nº 124/07; PLE nº 016/07; PLL nº 143/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO (Requerimento): Srª Presidente, solicito a suspensão dos trabalhos por alguns minutos, para que possamos chegar a um acordo para agilizar a votação dos Projetos.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Acatado, Verª Clênia Maranhão. Solicito que as Lideranças cheguem até a Mesa para acordarmos a agilidade da votação, porque, prioritariamente, nós temos que cumprir a ordem que acabamos de votar.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 17h35min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste – às 17h43min): Estão reabertos os trabalhos. Iniciamos com a votação da última Emenda ao PLE nº 017/07. Para tanto, solicito à Verª Maristela Meneghetti que assuma a presidência dos trabalhos, tendo em vista que a Emenda nº 05 ao PLE nº 017/07 que falta votar, é de minha autoria.

 

(A Verª Maristela Meneghetti reassume a presidência dos trabalhos.)

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6195/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 017/07, que altera a Lei nº 9.814, de 29 de agosto de 2005, alterada pela Lei nº 10.064, de 10 de outubro de 2006, que dispõe sobre o Plano Plurianual 2006-2009 e dá outras providências. Com Mensagem Retificativa e Emendas nos 04, 06 e 07. Emendas nºs 01, 02, 03 e 05 ao Projeto. 

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib:

a)      pela rejeição do Projeto original e pela rejeição das Emendas nºs 01, 02, 03 e 05 ao Projeto;

b)      pela aprovação da  Mensagem Retificativa e das Emendas nºs 04, 06 e 07.

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do     Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa –    Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- após aprovação de Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do regimento);

-  para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 01-10-07;

- aprovados Projeto e as Emendas nos 01, 02, 03 e Mensagem Retificativa com Emendas nos 04, 06 e 07, em 04-10-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Mario Fraga, a Emenda nº 05 ao PLE nº 017/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADA por 08 votos SIM e 17 votos NÃO.

 

(A Verª Maria Celeste reassume a presidência.)

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2263/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 070/07, de autoria da Verª Maristela Meneghetti, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Kleiton Alves Ramil.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CECE. Relatora Verª Sofia Cavedon: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, § 2º, V, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 08-10-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLL nº 070/07. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal o PLL nº 070/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 26 votos SIM.

 

REQUERIMENTO - VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

REQ. Nº 124/07 – (Proc. Nº 7334/07 – Mesa Diretora) – requer a realização de Sessão Solene, no dia 09 de outubro de 2007, às 17 horas, destinada a assinalar o transcurso do 50º aniversário do Grupo RBS. (incluído em 03-10-07)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em votação nominal, solicitada pela Verª Sofia Cavedon, o Requerimento nº 124/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 23 votos SIM.

Registramos a intenção de voto do Ver. Ervino Besson, que vota “sim”.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): PLE nº 016/07. (Pausa.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON (Requerimento): Srª Presidenta, conforme o nosso acordo, como não há inscrições, pelo que tenho entendido por inscrição, nós temos um acordo de manter a discussão para quarta-feira, eu solicito verificação de quórum.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito abertura do painel eletrônico, para verificação de quórum, solicitada pela Verª Sofia Cavedon. (Pausa.)

Para fazer o registro, Ver. João Antonio Dib, esta Presidenta, no terminal, está ausente, mas a assessora está trocando a inscrição lá no painel, porque ainda consta como se a Verª Maristela Meneghetti estivesse presidindo a Sessão.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Eu não entendi isso. Srª Presidenta, eu não entendi, a Presidenta presidindo a Sessão e não está presente no painel...

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): É exatamente o que a nossa assessora está fazendo, corrigindo o painel, porque ele é automático, Vereador, e estava constando a presença da Verª Maristela Meneghetti, mas, de qualquer forma, mesmo com os 12 ou 13, quando estavam, há quórum para a discussão do Projeto. Portanto a Sessão pode continuar, sim.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 6192/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 016/07, que dispõe sobre as Diretrizes Orçamentárias para 2008 e dá outras providências. Com Emendas nos 01 a 37.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. João Antonio Dib: pela aprovação do Projeto e das Emendas nos 01, 10, 11, 13 a 34 e 37; e pela rejeição das Emendas nos 02 a 09, 12, 35 e 36

 

Observações:

- o Projeto será votado com as Emendas com Parecer pela aprovação, nos termos do     Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- para a votação em separado de Emenda com Parecer pela aprovação ou rejeição, será necessário requerimento nesse sentido, subscrito por um terço dos membros da Casa –    Art. 120, VI, do Regimento da CMPA;

- após aprovação de Parecer na CEFOR e durante a Ordem do Dia não serão admitidas Emendas (Art. 120, § 1º, do regimento);

-  para aprovação, maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores - Art. 53, “caput”, c/c Art. 82, “caput”, da LOM;

- incluído na Ordem do Dia em 01-10-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Em discussão o PLE nº 016/07. O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 016/07.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; meus colegas Vereadores e Vereadoras, eu participei de um acordo, neste Plenário, no sentido de que nós começaríamos a discutir esta matéria, hoje, remeteríamos a sua votação para quarta-feira. Portanto, da nossa parte, nós vamos cumpri-lo. Já concedo o aparte a Vossa Excelência, Ver. Dib. Sei que V.Exª vai caminhar na direção de que o prazo é hoje, mas quero responder com antecedência. Às vezes em que o Orçamento atrasou no Brasil, foi melhor para o Brasil.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Sebastião Melo, o Brasil pode ter atrasado a votação da Proposta Orçamentária, porque o Congresso Nacional é tudo aquilo que nós sabemos, mas esta Casa nunca fez isso. Então, nós temos que entregar a matéria para o Prefeito no dia 10, já aprovada, com Emenda, sem Emenda, e com Redação Final feita na Comissão de Finanças, depois à Diretoria Administrativa e à Diretoria Legislativa. Nós não vamos poder entregar no dia 10, para que ele, no dia 15, entregue a Proposta Orçamentária. Acho que nós não podemos fazer isso. É um desserviço à Cidade.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Quero agradecer a V. Exª pelo aparte. Gostaria de dizer que a Lei de Diretrizes Orçamentárias está dentro de um contexto daquilo que nós chamamos de Lei do Orçamento. Começa com o PPA, chegam as Lei de Diretrizes Orçamentárias e, logo em seguida, nessa esteira, vem a Lei Orçamentária. As Casas Legislativas, ao longo da sua história, na minha avaliação, Verª Margarete, não têm dedicado um bom capítulo a esta matéria. Porque, na verdade, é aqui que a gente consegue trazer, para a prática, todas as intenções de Governo. O que caracteriza a sinalização do nosso Orçamento? Primeiro, é que nós, aqui em Porto Alegre, ratificamos, do ponto de vista do investimento, aquilo que o Orçamento Participativo tem dado como indicativo. Dessa feita, aponta-nos a LDO que a habitação, para o Orçamento que vem para esta Casa, lidera esse processo; como lidera a questão da Saúde, outro tema extremamente desafiador; como lidera a questão envolvendo o desenvolvimento da Cidade e tantos outros desafios.

Quero, Srª Presidenta, aproveitar este espaço para trazer à baila aquilo que acho que, de certa forma, todos nós, as Bancadas, temos colocado. Os Municípios brasileiros, especialmente os que têm os desafios de uma Cidade como Porto Alegre, não conseguem dar conta, Ver. Ismael, de tantas demandas públicas com tão poucos recursos. Essa é uma lógica trágica para os Municípios. Os Municípios brasileiros, especialmente os grandes centros urbanos, receberam enorme quantidade de pessoas que vieram dos mais diferentes rincões do nosso Rio Grande em busca de uma vida melhor na cidade. Eu diria que, dentro de nossa Cidade, existem duas cidades de Porto Alegre. Há aquela Porto Alegre em que o asfalto, a água, a iluminação pública e outros serviços públicos chegaram, mas há centenas de bairros em que os serviços chegaram precariamente. Quando se discute o Orçamento e se participa do Orçamento Participativo, vêem-se os nossos irmãos de diversas vilas brigando pelas mesmas causas, e o recurso, às vezes, não dá para nenhuma, e quando dá, é uma migalha para uma parcela. Isso nos remete, sim, quando se discute o Orçamento, a que o Brasil precisa enfrentar essa dita reforma tributária, Ver. Elói. Vejam a CPMF, que eu, pessoalmente, acho que é um imposto de que o Brasil não pode prescindir, mas o que está errado é o desvio da CPMF para outras questões que não sejam a Saúde, e o que está mais errado ainda na CPMF é não dividir com os Estados e com os Municípios. É isso que está errado, Vereadores! Não é em si a CPMF, mas que ela pudesse ser cumprida na sua finalidade, e, acima de tudo, ser dividida com os Estados e Municípios que estão vivendo em ruínas - leia-se, Estado do Rio Grande do Sul. Aliás, tenho dito, e já vou encerrar, Sr. Presidenta, que, a continuar o Rio Grande dessa forma, teremos que mudar o título de candidato a governador para salvador da pátria, porque não há quem consiga governar o Estado do Rio Grande do Sul no estado em que está.

Portanto, agradeço, acho que é um espaço privilegiado discutir a LDO, porque isso nos remete a coisas concretas que é o nosso Orçamento. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLE nº 016/07.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Srs. Vereadoras, trata-se da Lei de Diretrizes Orçamentárias que estabelece, por assim dizer, os balizamentos, dentro dos quais se operará, processar-se-á a receita e os gastos do Município de Porto Alegre.

É oportuno que, quando se discute a lei de meios ou a lei que estabelece os balizamentos, a lei efetivamente de meio que é o Orçamento, que se traga à discussão a necessidade de uma reforma fiscal, tributária, no País, que resgate aos Municípios a capacidade de desembolso, em face das novas exigências sociais e do papel que vem desempenhando o Município no cumprimento de sua missão constitucional. Nós sabemos, hoje, que a porta mais próxima do cidadão e onde ele primeiro bate, é exatamente na porta do Município, pois é nele que estão os problemas ligados à habitação, ao saneamento básico, à questão da água, do esgoto, do transporte, enfim, o cidadão tem no Município, ou seja, na competência Municipal, exatamente grande parte das respostas da sua necessidade para sobreviver, para levar a sua vida, a vida da sua família, com todo o conjunto de relações que o integram.

Então, se faz imprescindível, exatamente, que não apenas se jogue nos ombros do Município essas competências. Estão aí a questão do trânsito, a questão ligada à Segurança Pública. Então, que se dote os Municípios, no caso, o Município de Porto Alegre, a Capital do Estado, de recursos financeiros capazes de fazer com que o Município possa enfrentar as suas competências, cada dia mais alargadas em face do clamor popular, enfim, das necessidades sociais.

Portanto, é o momento, exatamente, para que o movimento se faça, no interior dos Municípios do País, no sentido de dar uma mexida na pirâmide, Ver. João Antonio Dib, tributária, que fez e vem fazendo, nesses últimos anos, com que a União, por assim dizer, se transformasse em uma grande esponja, sugando todos os recursos e distribuindo de forma, não diria política, mas não da melhor forma os recursos para os Municípios de nosso País.

Então, se faz imprescindível que os recursos arrecadados no Município sejam retidos em grande parte, para que o Município possa enfrentar as suas necessidades vitais. Já que a porta mais próxima do cidadão é a porta da Prefeitura do Município, em que eles vêm bater, pedindo toda a sorte - e tem direito de fazer assim - de serviços e obras necessárias à vida em coletividade, enfim, à vida urbana. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLE nº 016/07.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maria Celeste; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero colocar aqui a minha profunda tristeza se vier a ocorrer o que parece que se desenha neste momento: que a Lei de Diretrizes Orçamentárias não será votada hoje. Não há nada de diferente na Lei de Diretrizes Orçamentárias, apenas o compromisso da Casa do Povo de Porto Alegre com o povo de Porto Alegre, com o Prefeito, para que ele possa entregar aqui, até o dia 15, a proposta orçamentária para 2008. Foram apresentadas 37 Emendas, o que foi uma demonstração de inteligência de S. Exas, os Srs. Vereadores, que, em outras oportunidades, apresentavam 200 ou 300 Emendas. Dessas Emendas, eu havia dito da inclinação que eu tinha de rejeitar todas. Eu devo admirar a parcimônia com que os nossos Vereadores fizeram as suas 37 Emendas; a Emenda nº 01 e nº 37 são do Relator, procurando ajustar; as Emendas de nº 13 a 34 são da Mesa da Câmara, ajustando a proposta orçamentária da Câmara com a LDO. Então, não há o que discutir, não há o que transferir para que esta Casa, que nunca deixou de entregar nos prazos a Lei de Diretrizes Orçamentárias, a própria proposta orçamentária até o dia 10 para o Prefeito, para que ele possa fazer os ajustes finais.

A Casa, no momento da aprovação, se fizer como pretende, no dia 10, não tem mais prazo para entregar para o Prefeito, porque a redação final tem que ser levada à Comissão de Finanças; vai ter que ser aprovada a redação final na Comissão de Finanças para, depois, então, levar. Ora, se nós ficarmos até às 7h da noite para aprovar, nós não teremos condições para entregar para o Prefeito em tempo hábil. Não adianta jurar cumprir a Lei Orgânica, não adianta ter mudado os prazos da Lei Orgânica se nós não a cumprimos. Eu acho uma barbaridade se isso não for votado hoje. Está no prazo limite, deveria ter sido votado no dia 1º - no dia 1º de outubro, e estamos no dia 8! Na semana que passou não votamos nada praticamente, e, agora, estamos adiando, não sei por que cargas d’água, para quarta-feira, que é o último dia que teríamos para entregar para o Prefeito.

De qualquer forma, fica o registro da minha profunda tristeza por ver esta Casa se diminuir perante o povo de Porto Alegre, perante o Prefeito; Prefeito este, que Vereadores vão à tribuna criticar; vão lá e criticam, porque trocou de Partido ou deixou de trocar de Partido.

E, agora, os Vereadores não vão votar a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias. É muita dificuldade para este Vereador, que vem todos os dias à Sessão, fica do início ao fim, e não consegue entender. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Solicito verificação de quórum.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Solicito a abertura do painel para a verificação de quórum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Há 10 Vereadores presentes. Não há quórum.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Srª Presidenta, eu solicito que sejam lidos os nomes dos 10 Vereadores presentes, porque inclusive a Liderança do Governo não deu presença, estando no Plenário, e o assunto é da mais alta importância para o Sr. Prefeito Municipal.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maria Celeste): Ver. João Antonio Dib, estamos apenas cumprindo o acordo, já que os Líderes que estão no Plenário, neste momento, estão cumprindo um acordo no sentido de que a discussão seria prorrogada para quarta-feira, com certeza. Muito obrigada.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h15min.)

 

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